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UM ESTADOS UNIDOS À ALTURA DO ESTADO ISLÂMICO

Os EUA mantiveram por seis anos, entre 2002 e 2008, um amplo e brutal programa de tortura de suspeitos, implementado pela CIA, numa guerra ao feitio das Cruzadas contra o terror majoritariamente islâmico. Com deliberada maquiagem de informações à Casa Branca e ao Congresso, que fingiram não notar para garantir seu prosseguimento. Além de representar violação inaceitável de direitos humanos, o emprego de tortura não foi relevante para a descoberta de planos de ataques terroristas ou a detenção de suspeitos. Eram interrogatórios até por mais de duas semanas seguidas, afogamentos alcançando 100 vezes, hidratação retal, isolamento na escuridão e privação de alimentação e soro por uma semana. Um morreu de hipotermia após ser confinado por longo período nu em ambiente gélido. Outro, com problemas mentais, foi mantido em cativeiro apenas para forçar um integrante de sua família a soltar informações. Os detidos eram despidos, vestidos com fraldas e guardados em instalações escuras e úmidas que lembravam cavernas. Quando não submetidos a sons ensurdecedores, espancamentos e ameaças de morte e estupro com uma vassoura. Ou impedidos de dormir por vários dias consecutivos. Para culminar com fecho de ouro, a CIA terceirizou a tortura, contratando dois times de psiquiatras por 80 milhões de dólares para desenhar, conduzir e avaliar os programas de torturas. Não é o país dos sonhos? Não dá vontade de se mudar do Brasil para usufruir de uma verdadeira democracia? Com um senso de justiça exemplar para punir que causa inveja se confrontado com o nosso país, que se preocupa em demasia com direitos humanos.

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Antonio Carlos Gaio:
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