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A ITÁLIA VOTA, MAS NÃO CONSEGUE SE RESOLVER

A Itália, que resolveu extinguir os seus partidos políticos,
aí incluído o Comunista, depois de passar pelo trauma do assassinato do
primeiro-ministro Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas em 1978, não é a mais a
mesma, desde então. É chocante os italianos continuarem a votar em Berlusconi,
vencendo na rica Lombardia e na Sicília, reduto de mafiosos, o que desacredita
o país perante o mundo – parece que Mussolini nele reencarnou. Com votação do
mesmo tope, quem surpreendeu nas eleições em tempo de crise avassaladora na
Europa foi o comediante Beppe Grillo, desfraldando a bandeira da ética e da
luta contra a corrupção, cuja campanha desprezou TV e debates, mas não
dispensou a enxurrada de palavrões com que brindava os corruptos em comícios. O
pior é que Grillo está impedido de disputar uma cadeira no Parlamento italiano
por ser ficha suja. O Partido Democrático de Pier Luigi Bersani, de
centro-esquerda, foi quem chegou à frente com pequena margem, mas terá que
dividir o poder com esses dois literalmente palhaços: Berlusconi, preocupado
somente com sua testosterona, e Grillo, que não apresentou suas propostas ao
seu eleitorado. Fim de filme para a Itália.

Categories: Croniquetas
Antonio Carlos Gaio:
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