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AUTOCRÍTICA

É muito comum dentre os partidos de esquerda fazer autocrítica quando optam por propostas debatidas em assembleias e depois ter que voltar atrás. Uma prática que não existe nos partidos em geral, e muito menos no PSDB. E que o PT, por estar muitos anos na Presidência, afrouxou o laço e se deixou levar pela base aliada para ver aprovados seus projetos. Com Lula assumindo a autocrítica e surpreendendo a todos ao afirmar que o PT chegou no volume morto, paralisado pela burocracia que só pensa em cargos, conseguir empregos, em ser eleito, além do que hoje ninguém mais trabalha de graça, saudoso dos tempos de uma militância utópica, ousada e corajosa. O que serviu de munição à oposição, que se ouriçou toda na certeza de que finalmente vai eleger um presidente em 2018, que, aliás, está bem próximo. Sem contar que nas ruas o eleitor do Aécio não vê a hora de mandar Dilma para casa mais cedo com o vezo autoritário típico do patrão que despede sua empregada doméstica, vai às manifestações, exalta a democracia, mas namora um regime militar para chegar ao poder pela via rápida. Enquanto Lula, aos 69 anos, lança um desafio ao eleitorado petista: “ou salvamos a nossa pele e os nossos cargos, ou salvamos o nosso projeto”. Sem medo de atiçar a cobiça (já foi de ser feliz) dos tucanos em aumentar o fosso entre Lula e Dilma e chegar ao já famoso volume morto.

Categories: Croniquetas
Antonio Carlos Gaio:
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