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CAPÍTULO 238 – INSTRUMENTO DA ESPIRITUALIDADE

Há quem seja escalado para se converter em instrumento da espiritualidade para conter a malignidade em que seu irmão e companheiro mergulhou, trovejando a todo momento em que o vê. Seria um carma a ser purgado pelo instrumento da espiritualidade, sofrendo na carne todas as provações infligidas pelo companheiro irmão, com o intuito de despertá-lo quanto aos defeitos e vícios que costumam confundir os seres humanos seus portadores. Quantos há em nossa Terra que amaldiçoarão um dia, nas trevas, terem visto a luz!
Uma aflição desse gênero não é consequência dos atos da vida presente do instrumento da espiritualidade, procure a sua causa em vida anterior. São os efeitos da justiça de Deus, que determina que entre a falta e a pena sempre haja uma conexão, lançando um véu sobre nossos atos passados e apontando para o caminho a seguir, dizendo: “Quem matou pela espada, pela espada morrerá”. Que não é para ser lida ao pé da letra, embora sinta a espada penetrar em seu corpanzil quando, em defesa do Bem maior, o instrumento da espiritualidade é atacado por golpes baixos e maquiavélicos.
Por vezes, o instrumento da espiritualidade, também conhecido por veículo mediúnico, pensa em abandonar a contenda. “O que é que eu tenho a ver com isso? Eu não quero mais ser campo de experimentação, estou sendo duramente castigado e humilhado por algo que não fiz! Senão torturado! Isso não é justo! Logo quando eu estou dando o melhor de mim?”
A ducentésima trigésima oitava intervenção espiritual, em 4 de abril de 2025, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 146 (“Quem segue”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 8 (“Bem-aventurados os puros de coração”), itens 20 e 21 (“Bem-aventurados aqueles que têm olhos fechados”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Nesse dado momento, o veículo mediúnico pode se precipitar e se inquietar, em sombrio desespero de causa, por lhe faltar experiência nessa situação, carecendo, portanto, de uma oração: “Fazei, Meu Pai, com que minha alma doente seja curada antes das enfermidades de meu corpo e que ela se eleve até vós com a brancura que tinha quando a criastes”. Força e coragem vos serão dadas e talvez também a cura que pedistes apenas timidamente, como recompensa ao vosso devotamento.
Qual é o indício mais representativo na imperfeição? É o interesse pessoal, em favor de si. Um ser humano pode possuir qualidades reais que o tornam um homem de bem perante todo mundo. No entanto, ao inspirar promissoras expectativas, ele pode não resistir a certas tentações, e se sujeitar a revolver seus interesses pessoais até o fundo, até para nos deixar claro que o verdadeiro desprendimento é mesmo uma utopia. Uma virtude tão rara sobre a Terra, que nos espantamos quando esse fenômeno se apresenta.
Quanto mais você se restringe aos bens materiais deste mundo, menos se compreenderá a que destino se propôs na vida.

Antonio Carlos Gaio:
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