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CAPÍTULO CX – UM MUNDO DIFÍCIL DE SE ENCAIXAR

Existem mundos paralelos ao nosso, em outra dimensão (o Plano Espiritual, por exemplo), muito mais desenvolvidos e evoluídos que a Terra, e que não podem fazer contato conosco, pois poderiam provocar um confronto violento, o que não interessaria a ninguém. Por sermos primitivos, os entenderíamos como inimigos e conquistadores. Então, Deus teria puxado nossas orelhas para nos tocarmos e passarmos a agir de forma diferente. Com menos ganância e vontade de tirar vantagem sobre os outros, com mais solidariedade e amor ao próximo, sem discriminar e aceitando as diferenças que existem entre nós. Procurando aumentar o nosso nível de consciência e sabendo aguardar a nossa hora de fazer o que tem de ser feito. Não perguntando quando irá acabar tudo isso. Essa angústia liquida com o nosso potencial e sabota nossa capacidade em nos organizarmos. Se fala muito em fim do mundo, mas é aflição por vir um outro mundo que não conhecemos, urgindo por construí-lo, com a população irmanada. Um desafio ao nível de Deus!
Dando continuidade à investigação espiritual sobre a pandemia do coronavírus inclusa nessa mesma série, a centésima décima intervenção espiritual, em 26 de junho de 2020, em minha residência e em regime de confinamento, se realizou sob a égide da leitura e estudo preliminar da Introdução ao estudo da Doutrina Espírita, item XV, constante do livro de Allan Kardec, “O Livro dos Espíritos”. A escolha do aludido tópico se deveu à tentativa de conectá-lo ao confinamento ou à pandemia (ambos se confundem). Agora é o tema que se pretende desenvolver e que conduz à pesquisa na doutrina kardecista.
Há pessoas que veem perigo por toda parte e em tudo que não conhecem. Morrendo de medo e de perder a razão com a pandemia. Tem como causa primária uma predisposição orgânica do cérebro fraco, que o torna mais acessível a certas impressões, algumas delas se transformando em ideias fixas. Quando, por vezes, são tribulações pequenas que não passam de incidentes desagradáveis no curso de uma viagem, mas que se configuram em provas úteis quanto ao seu adiantamento, sendo recompensado na mesma medida de coragem que souber suportá-las, sem muito se queixar da vida.
Não está se falando de negar a Ciência nem de diminuir o fragor da tragédia que se espalhou pelo mundo com seu rastro de mortes, nem muito menos reduzir a importância da provação intrínseca à pandemia como reflexo da destruição da Natureza e do lixo acumulado consequente ao que consumimos.
E sim de colocar entre as causas do receio generalizado os que se esforçam por tornar pavorosos certos pormenores da pandemia. Quantos não caem vítimas diante do que permitem se abalar sobre seu espírito? Quantos não se deixam contaminar pelos funestos efeitos de uma doença que pouco conhecemos? Baixando seu nível imunológico em face da depressão de caráter suicida atacar sem dó nem piedade o conformismo que jazia inerte e inconsciente.
Apesar de muitos serem dotados de rara inteligência e sensibilidade, esses seres não vão muito além de um mundo onde não conseguem se encaixar, não chegando a alcançar que nasceram para ajudar a criar um mundo novo. A vida não é sobre metas, linhas de chegada e conquistas, é sobre quem você se torna nessa caminhada.

Antonio Carlos Gaio:
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