O mês que antecede as eleições chega a ser melhor de acompanhar que a votação propriamente dita, já que hoje a apuração é tão rápida que perdeu a graça. É como preparar uma grande festa: quando chega a hora, não tem a mesma excitação das preliminares.
Os políticos têm que mostrar a cara sem medo de cair no ridículo, mesmo levando uma beirada em emendas de ambulâncias. Quer coisa melhor que Alckmin desrespeitar os conselhos de seu velho e sair de cima do muro? O Lula renegar o líder operário xiita e virar um sujeito ardiloso? Um grande malandro para lidar com os lobos da oposição. Quem mandou tantos professores duvidarem de sua inteligência? Lula sabe beber, não fica naquele engano que eu gosto de chopinho de intelectual. Ou de gelo com uísque.
Já está virando uma tradição de quem lidera pesquisas. O fato de Serra não comparecer a debates com Mercadante não isenta Lula de fugir a confrontos com seus adversários para não escorregar no que o PT fez: exatamente o que todo mundo faz no Brasil. Se vence não apenas no Nordeste, mas em todas as regiões do país e classes sociais, encarar o ventríloquo Alckmin, que se vale de laranjas para tecer denúncias em seu lugar, é café pequeno.
“Falta vergonha na cara e decência a quem vota nesses políticos”, lastima-se Jefferson Peres com quatro pedras na mão contra o povo que quer Lula por mais quatro anos. Mesmo sabendo que ele sabia de tudo; não é por desinformação. O ex-comunista Carlos Vereza não precisou consultar os espíritos para indiciar os eleitores como cúmplices da quadrilha que continuará no Planalto e acusa Lula de fronteiriço – perdeu a noção do que é normal ou anormal. Acusado de uma gestão corrupta não investigada, FHC mandou tocar fogo em Roma. Os incendiários trocaram de lado.
O Bolsa-Família – criado pelo correto Cristovam Buarque – dá bem uma idéia de como se pratica a ética e como ainda existe ideologia no tratamento a ser dado ao povo. Os tucanos se apropriaram do programa, mas FHC ficou cheio de dedos em pôr dinheiro nas mãos da população carente, já que sua política econômica não era dar esmola a pobre. Já Lula não se fez de rogado, o Bolsa é redistribuição de renda e será a pedra de toque para decidir as eleições.
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