Como Alagoas se parece com o Maranhão! Com a diferença de que o enfezado senador é da Academia de Letras das Alagoas, enquanto Sarney é furos acima: é do Brasil! Quem nasceu pra Collor, nunca chegará a Sarney! Collor entrará para a história da cultura alagoana ao lado do monstro sagrado Aurélio Buarque de Hollanda – seria cômico se não fosse trágico. Embora não seja o Senado, necessária foi a tradicional dose de nepotismo para apadrinhar sua postulação, vinda de seu falecido pai, também membro da academia alagoana. De que adianta, se Collor é um ilustre desconhecido na literatura? Se perfilado dentre atores laureados, seria uma outra história. Mas Collor prefere o estilo farsesco de listar dentre suas obras o seu discurso de posse como senador, impresso pela gráfica do Senado e distribuído pelo Correio para o incauto leitor engavetar. O amancebamento com o poder ajuda; que o digam Getúlio Vargas, que não publicou um livro sequer, e o General Lyra Tavares, que obteve uma vaguinha no mausoléu dos imortais em troca de uma sede para não botar defeito na Academia Brasileira de Letras.