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COMO FUNCIONAVA O HARÉM DO SULTÃO

O acesso restrito ao sultão e seus filhos, além dos eunucos que serviam de guardiães para manter escravas no harém, principalmente mulheres estrangeiras capturadas por navios piratas, quando cruzavam mares. Muitas eram educadas, provenientes de finas famílias estrangeiras que, conscientes de que nunca mais retornariam às suas casas e países, preferiram se resignar e se converter ao islamismo do que se deixar levar por uma vida de inconformidade. O que abria caminho para cair nas graças do sultão e ser eleita como uma das quatro favoritas, pois representava segurança e riqueza quando lhe desse um herdeiro, sonhando um dia tornar-se mãe do sultão e mandar na corte. A mais poderosa de todas as concubinas com status de rainha. Claro, desde que o encontro amoroso fosse um sucesso e o sultão voltasse a procurá-la – o fim da picada passar uma noite com o sultão e ser relegada ao esquecimento. Cabia ao Chefe dos Eunucos registrar as fornicações num livro de contabilidade, pois havia controle de natalidade pelo uso da tabela e uma gravidez indesejada poderia resultar em príncipes herdeiros. Os eunucos eram castrados nos testículos para impedir qualquer escapadinha inconsequente com alguma escrava do harém desprezada pelo sultão. Daí só serem admitidos na raça negra. O parto revelaria o autor do crime contra o regime do sultanato. O harém era um prostíbulo reservado ao sultão, que destinava às mulheres uma mesada chamada dinheiro de chinelo, além de joias e presentes, que permitiam acumular um patrimônio considerável no caso de serem dispensadas do harém ao cabo de 10anos, a fim de, livres e forradas, poderem se casar com altos funcionários do governo ou oficiais militares. Por sua vez, orgulhosos de pegar as sobras do sultão, cuja reputação era de um refinamento e classe sem par no mercado. Enquanto as putas aprovadas no vestibular enchiam as burras com os mimos e agrados do sultão. Embora se lhes obrigasse participar do financiamento de mesquitas com seus ganhos, de modo a emprestar um caráter sagrado ao ato de fé da doação ao islamismo. A despeito do caráter patriarcal com toda sorte de privilégios que caracterizava o chefe da igrejinha otomana em promiscuidade com o regime do concubinato, macular os dogmas de Maomé. Se bem que Alá é magnânimo e aceita o resgate da dívida moral com mesquitas.

Antonio Carlos Gaio:

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