Charles Chaplin sempre se deteve, com muito humor, em personagens de boa-fé explorados pelo mundo capitalista, quando não se tornando um adorável vagabundo. Era quem concebia seus filmes, o autor da história, quem escrevia e encenava. Em 1977, morreu dormindo na manhã do Natal, quando sobreveio um derrame cerebral em seus 88 anos. No filme “Luzes da Ribalta”, de 1952, Charles Chaplin surpreende quando se apagam as luzes da ribalta (referência ao sucesso e à fama). O fim é de um ciclo no qual deve haver uma aceitação serena e até mesmo uma beleza na conclusão da jornada – o que poucos conseguem. Apesar de não se assumir como agnóstico, Charles Chaplin professa no filme que ninguém deseja, de fato, amadurecer. Mostramo-nos sempre amadores, repetitivos e despreparados, parecendo até que não existe tempo útil suficiente para nos convertermos em outro ser humano. Chaplin conclui: “Quero reencarnar para não ser o que fui nesta vida”.
Provavelmente acordou naquele dia de Natal no Plano Espiritual, já desencarnado. Sem muita surpresa por ter sempre se alimentado da fantasia cinematográfica e da utopia do miserável se equilibrar na corda bamba da sobrevivência. Agora era a realidade para Charles Chaplin, com o que sempre sonhou em sua trajetória: justiça e consciência.
Nem todos conseguem, por enquanto, alçar voo no sublime da fé, mas a força da esperança é um tesouro extensivo a todos que dele desejam dispor. Mas nem todos têm disposição para oferecer o pão do corpo e a lição espiritual, contudo, ninguém na Terra está impedido de espalhar os benefícios da esperança. A negação humana expõe falências, lavra atestados de impossibilidade, traça inextricáveis labirintos, no entanto a esperança vem de cima, à maneira do Sol que ilumina do alto, despertando propósitos diferentes e criando modificações redentoras, ao descerrar visões mais altas.
Infeliz do Espírito preguiçoso, daquele que fecha seu entendimento e não aceita as mudanças trazidas pelos guias da Humanidade em marcha, impulsionando a grande lei do progresso em consonância com a tônica atual do ser humano. Alguns seres se destacam e se elevam de repente, descobrindo sozinhos os horizontes que a multidão só verá ou entenderá muito tempo depois. Outros resistem orgulhosamente, acorrentados ao impasse de ceder ou não, deixando tudo para a última hora do desencarne, o que só aumenta a angústia que pesa sobre sua existência.
Bem-aventurados aqueles em que os impulsos com os ensinamentos forem sendo assimilados e compreendidos, contribuindo para interagir com o Mundo Espírita e Dele colher, através de intuições e mensagens passadas pelo pensamento, o que sua alma tanto precisa: paz, maior conhecimento e fé em ascensão.