Que vergonha para a livre imprensa, que se julga um poder à parte a ponto de se enfurecer quando suas matérias são objeto de direito de resposta por imposição da Justiça! A pretexto de execrar o vice José Alencar, que reluta em aceitar a paternidade de sua filha já aposentada, só agora vem à tona, com o destaque justo, que Fernando Henrique Cardoso teve um filho com a jornalista Miriam Dutra antes de se eleger presidente. Com cerca de 16 anos de atraso. Pelo amor de meus filhinhos, diria o locutor Silvio Luiz, como o Príncipe é protegido! E ainda o exaltam como pai que não se descuidou em ajudar a sustentar o filho criado na Europa, convenientemente longe de pasquins que exploram escândalos. Recebeu-o várias vezes no Palácio do Planalto, visitou-o na Espanha e nenhuma foto registrada para a posteridade. Nunca se viu um segredo tão bem guardado a sete chaves, sob a desculpa de poupar Dona Ruth, uma mulher respeitada no meio intelectual brasileiro. Agora se compreende melhor porque ela resolveu se calar desde o princípio do governo FHC para todo o sempre, quando chegou a medir forças com ACM e o seu séquito do PFL, que mandavam mais no FHC do que o PMDB tentou com Lula. Nunca o tucano Jô Soares o entrevistou a respeito, nem a “Veja” transformou o assunto em matéria de capa e muito menos o “Jornal Nacional” cornetou em seu noticiário. Através de um pacto não escrito, FHC conseguiu o silêncio dos ainda formadores de opinião e conquistou a admiração da alta sociedade, que gostaria de aprender como se dá o pulo do gato. Se Alencar se mostra machista, FHC demonstrou ser fino e hábil manipulador da corte de antão.