O regime nazista de Hitler espalhou campos de concentração por seu território e países vizinhos ocupados, onde internou 6 milhões de judeus, assassinando-os em câmaras de gás, quando não os dizimava por fome ou por doenças. A Solução Final, o genocídio dos judeus na Europa, o chamado Holocausto, de 1941 a 1945, durante a 2ª Guerra Mundial. O antissionismo acabou resgatando o sionismo, o retorno do povo judeu para a Terra de Israel. Com a criação do Estado de Israel, em 1948, termina a diáspora de quase 3 mil anos para o povo judeu.
Ao longo da História, a perseguição aos judeus vem de longe e resultou em diversas diásporas – dispersão, expulsão e exílio, combinados. Dentre as que chamaram mais atenção foi quando os babilônios de Nabucodonosor II invadiram suas terras em Judá, em 586 a.C., cujo destino foi a escravidão na Mesopotâmia. Anteriormente, os judeus ocupavam a região palestina (que não correspondia aos limites da atual), desde 722 a.C., após a destruição do reino de Israel pelos assírios, quando escravizaram suas dez tribos que compunham os seus domínios.
O Velho Testamento nos recorda, nos tempos dos faraós, a fuga dos judeus do regime de escravatura, cruzando o Mar Vermelho, que se abriu para dar passagem a Moisés, e os 10 Mandamentos que surgiriam na busca pela Terra Prometida, durante 40 anos a fio de trajetória épica. Já o Novo Testamento eleva as mãos aos Céus para glorificar a crucificação de Jesus, que muitos cristãos, incluindo membros do clero, atribuem à responsabilidade coletiva do povo judeu.
A segunda diáspora ocorreu em 70 d.C., quando o império romano destruiu Jerusalém e os judeus partiram para a Ásia, África e Europa. Os judeus estabelecidos no Centro e no Leste Europeu foram chamados de ashkenazi e os da Península Ibérica de sefarditas, expulsos da Espanha a partir de 1492 d.C., por determinação de Fernando e Isabel, os reis católicos, em consonância com a Inquisição.
Interessado em se aproximar diplomaticamente da Espanha, o rei Dom Manuel I de Portugal obrigou aos milhares de judeus que fugiram da Espanha e lá chegaram a se converterem ao catolicismo, passando a ser denominados cristãos-novos. O que não os livrou do preconceito e da vigilância constante da Inquisição portuguesa, sujeitos a punições bárbaras por manterem práticas judaicas proibidas, obrigando-os a mudar até os seus próprios nomes para evitar a perseguição. A colonização do Brasil, no século XVI, significou uma nova possibilidade de migração. Assim, muitos cristãos-novos mudaram para a América Portuguesa em busca de oportunidades.
Embora os judeus tenham sido perseguidos e escravizados durante todo um tempo que pode ser equiparado ao que o mundo necessitou para evoluir e se civilizar, ao menos segundo certos padrões científicos, a experiência permitiu a troca de informações culturais, linguísticas e religiosas, bem como inestimáveis conhecimentos, ao mesmo tempo que preservaram suas tradições e identidades judaicas. Com o judeu se integrando bem aos regimes democráticos, monarquias ou parlamentarismo, sendo motivo até de admiração, senão de exemplo, graças à sua inteligência.
Os mongóis, povo essencialmente guerreiro e bárbaro na Idade Média, ocuparam o império chinês e a Rússia por 100 anos, chegando às portas da Hungria, hoje é um país restrito ao seu verdadeiro tamanho sem qualquer vislumbre expansionista. Foi o que anteviu Hitler, extremamente preocupado com os judeus um dia pretender assimilá-los, preferindo exterminar com sua raça.
Desde o atentado terrorista do Hamas, em 7 de outubro de 2023, que deixou mais de 1.200 mortes e 251 reféns, Israel replicou com “olho por olho, dente por dente”, do Código de Hamurabi, tabulado no primeiro império babilônico, entre 1792 e 1750 a.C. Mas passou do limite, bombardeios maciços mataram na faixa de Gaza mais de 53 mil palestinos, 24% só de crianças. A visão de Gaza é de prédios reduzidos a um monte de destroços, incluídos hospitais e escolas. Mais de 2 milhões de palestinos estão sem casa, comida e remédios. A prioridade é uma vitória militar a qualquer custo contra o mundo árabe, ditada de forma consciente, perversa, maquiavélica e irresponsável por ser megalomaníaca, ao pretender alargar suas fronteiras na Terra Santa, um território com importância histórica e espiritual para o cristianismo, judaísmo e islamismo. E transformar a praia de Gaza num balneário para o Trump explorar com seus hotéis, viajando no Boeing com que o Catar lhe presenteou.
Israel fez da população civil de Gaza terra arrasada, tira a vida de bebês como se quisesse passar um recado de teor nazista e estabelece metas para deportar ou realocar o palestino no Egito, quando eles constituem o povo originário da Palestina, aqueles que habitam uma região desde tempos imemoriais, antes da formação de estados e fronteiras.
Sem sombra de dúvida, trata-se de um genocídio desfechado por Israel, com requintes de crueldade. Mas daí a nominar de holocausto, só se o espírito maligno e sagaz de Hitler, seja ele o espírito de porco ou o Espírito de verdade, tiver baixado em Netanyahu, até como uma forma de se vingar da desmoralização provocada pelo Holocausto no meio dos nazistas que ainda acreditam na reedição do regime que terrificou o mundo. Netanyahu tem se mostrado um aluno bem aplicado e pontual, surpreendendo o próprio mestre Hitler, pois tem estimulado os nazifascistas que esperam a vez para encarnar golpes e inspirado mais confiança nos candidatos Trump, Putin, Bolsonaro, Milei, Maduro, Orbán e outros menos votados.
O genocídio dos palestinos na mão grande de Israel é um holocausto? Ou, na categoria monstro, ninguém nunca irá superar Hitler?