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QUANDO O HOMEM AMA MAIS NA RELAÇÃO

Quando o homem devota mais amor do que sua mulher, desmancha-se em agrados e carinho com maior disponibilidade e generosidade de forma tão extremada que transforma em mão única o vaivém do amor. A exclusividade é dele. Desfigurando um mais um somarem dois e configurando uma desigualdade aritmética de um amar mais do que dois. A medição do impacto dessas descargas amorosas no homem ganha vulto por ser considerada atípica e invulgar se comparada à gênese do universo feminino.
Enquanto o homem não baquear com o amor em igual intensidade não correspondido, irá tirar maior proveito da felicidade. Pouco notará se ela, alvo de tanto amor, não suportar mais o peso de tamanha ansiedade. De tal modo que será instada a levantar gradativamente uma barreira que impedirá o fluir da suave brisa que conduz à entrega incondicional. Pois ela sentir-se-á reduzida a um David sob o peso de um Golias apaixonado e narcísico. Parecer-se-á um ser miniatura que passará a desprender ouriços para se defender daquele louco amor, antes que a sufoque por meio do garrote vil.
Essa linha surtada de amor ajuda a explicar como Deus fez o mundo. Amor é para ser vivido, sofrido, matado o desejo, traído, compreendido e reconstruído sempre. Não importa por quem e de onde vier. Ou quando menos se espera. Vale tudo.
Assim sendo, as declarações de amor em cascata vão adquirindo um caráter de excesso de peso e de desafio, a ponto de humilhá-la por não ser capaz de corresponder à altura. O que abre caminho para ataques de surpresa, implicâncias, hostilidades, resmungos e ironias no intento de ela não perder o controle da relação, e visando minar o coração da base de comando do homem.
Apenas para ela assegurar-se de que os homens mentem a respeito do amor. Tamanhos rasgos amorosos levantam dúvidas quanto à consistência e continuidade, e a também revelar a perversão das recriminações de mulheres que não acreditam em homens que cantam seu amor em verso e prosa, fazendo jus a sucessivas e massacrantes sabatinas para se apurar a verdade.
Levando-os a abandonar o barco ao concluir que, além de ela não ter correspondido ao seu grande, especial e raro amor, só encontra prazer no sadismo, na autocomiseração e no sofrimento. Devido ao medo de amar, oriundo de as relações terem se tornado efêmeras e precárias. Pois intimidam.
E levando-as a concluir que sabiam, desde o início do romance, que ele agiria assim, desistindo de tudo. Quem é cético sempre se surpreende quando passa a ser alvo da descrença do outro.

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Antonio Carlos Gaio
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