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HUMANITARISMO

Não se travarão mais batalhas em torno da política e da religião quando ingressarmos no Plano Espiritual. Nem da hegemonia de um conglomerado ou uma associação ou comunidade ou grupo sobre outro, ou mesmo uma ideia ou concepção prevalecer sobre a que lhe opõe. Somente o que importará serão os valores humanitários postos em prática nesta encarnação, sejam dirigidos à sua família ou aos seus amigos, ou sejam aos que não lhe são tão caros assim ou mesmo em prol da coletividade. O seu benquerer aos próximos. Sem um quê de discriminação. Sem ódio gratuito, inveja sem freios, ressentimento acelerado. Descartada a desconfiança crônica e o abuso do mau juízo.
Segundo Allan Kardec, o maior obstáculo ao progresso espiritual é o orgulho ferido e o egoísmo. Melhor dizendo, o nosso ego. A progressão no processo civilizatório caminha a passos lentos no sentido de se construir um porvir humanitário, isso quando não nos ameaça com um retrocesso, senão uma volta às trevas e ao atraso. Por isso, é preciso coragem se vier a se sentir abandonado ou não compreendido.
A alma humana somente encontra consolo na prática da caridade. Jesus Cristo entendia o sentido da palavra caridade como o de benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas, e amando uns aos outros como irmãos. Se já era difícil naqueles tempos, imagine no mundo de hoje mais superpovoado. Quando o que falta é boa vontade, que é rara. Esta é a chave que está em nossas mãos, deixando de lado a terrível chaga do egoísmo, de só pensar em nós mesmos.
A caridade é a virtude fundamental que deve sustentar todo o edifício das virtudes terrenas. Sem a caridade, as outras virtudes não existem. Sem a caridade não existe esperança num futuro melhor, não existe interesse moral que nos guie. Sem a caridade, não há fé no ser humano. Por outro lado, existe um exército de corações suficientemente perversos pronto para reprimir e expulsar este sentimento inteiramente divino de nosso meio. Um rosário de provações tornando propício o conflito a ser enfrentado diariamente entre elementos sobejamente humanos e fatores extremamente desumanos no seio da Humanidade para testar sua fé, do qual ninguém escapa ou consegue se omitir. Uma sequência ininterrupta difícil de ser superada, que só com altas doses de espiritualidade para compreender a plenitude do que tudo isso representa e aceitar os encargos de seu destino.

Antonio Carlos Gaio:
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