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NA ERA DAS INFORMAÇÕES, O MAIOR MAL É O DE NÃO SERMOS OUVIDOS

Estamos no meio de um tremendo dilúvio de informações, onde tudo é muito rápido e atropela a gente, quase não havendo tempo para discutir nem por telefone, muito menos pessoalmente, sobre o que vem acontecendo para ter chegado a esse ponto. A conversa sempre demanda uma certa profundidade. Acaba indo mais além do que nessa coisa de celular, que obriga a nos manter 24 horas conectados ao mundo para colhermos dicas superimportantes sobre como driblar a Lei Seca. Para que atender o celular? Se posso responder com mensagem de texto se for urgente ou deixar para depois, em caso contrário. Salvo se a conveniência se encaixar. Se o afeto do outro lhe interessar. Quando o que nos entristece e arrasa é justamente o fato de não sermos ouvidos num cardápio variado e extenso. Daí a atual necessidade de expor-se em público em Facebook para comentar que não está mais com aquela namorada ou logo exibir o perfil da sucessora, a demonstrar na dança das cadeiras entre os sexos como o afeto dança no mundo globalizado, deixando-nos sem saber para onde o amor nos conduz.

Categories: Croniquetas
Antonio Carlos Gaio:
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