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NÃO DESISTA DE VOCÊ

Um dia todos haverão de se defrontar com os seus desertos e o impasse de conseguir cruzá-los ou não. É o instante em que a solidão se insinua, encoberta numa tempestade de areia, a sinalizar o velho no lugar de novos tempos, vindo para ficar. Não porque estejamos desacompanhados ou cindidos dos pais ou simplesmente vendo amigos partir, e sim porque a alma doída faz o tempo andar sem o rigor do relógio e transparecer que tudo irá parar. Os de espírito mais firme resistem porque persistem: racionam a água e não dão um passo além das forças. Enquanto os desesperançados se socorrem da água do cantil para matar o desânimo o quanto antes, à espera de um milagre que somente virá fruto de uma ação positiva, devotada e consequente, não se perdendo em lamentações ou buscando culpados. Se o oásis surgir no atravessar do deserto, não é um milagre. São os verdadeiros amigos que não nos abandonaram ou simplesmente aquelas pessoas desconhecidas que se preocupam com o próximo e ratificam a fé que depositamos em nossas empreitadas, renovando as esperanças com que demarcamos nossa missão espiritual. Assim sendo, não haverá solidão que o impeça de vencer o deserto de ideias ou de minar a fé. Se eu tivesse direito a um último pedido: por favor, não desista de você.
Categories: Espiritualidade
Antonio Carlos Gaio:
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