O amor à distância é mais forte do que imaginamos. Enquanto não resolvido e posto em prática. Por alimentar a dificuldade que impossibilita pô-lo às claras e fazê-lo mais aventuroso. Por estar aberto a acrescer ingredientes que o torna mais saboroso devido à distância que anula o senso crítico que nivela nossos deslumbramentos à tábula rasa. O amor à distância vai ao infinito através da imaginação e, por isso, multiplica as esperanças, redobrando o ânimo e o impulso para viver. Todavia, por mais que nossas fantasias nos façam preferi-las à realidade, chega-se à exaustão. Ao descrédito. Ao desmerecimento. Ao castelo de cartas desmoronar. Por não se ter conseguido construir nesse ínterim um lar que dê abrigo a esse amor. Sempre ao relento, o amor constipa entristecido com a imaturidade do jovem casal não propiciar segurança e viver perdido em um labirinto. Sedentos de amor, um pelo outro, acabarão se afastando, um do outro. O amor diminuirá ao tamanho da palma da mão para, de longe, observá-lo e constatá-lo inalcançável, até resolver lançá-lo em uma jarra de vidro que parecerá uma prisão. Uma prisão que também refletirá seus olhos em vigília eterna ao seu amor transformado num talismã, cujo encantamento produzirá efeitos colaterais que não lhe permitirão dormir em paz. Sob a expectativa de vir um sonho e quebrar o encanto e a jarra, libertando o amor para tornar a crescer e incendiar de novo. Com quem será, com quem será, com quem será que ele vai casar? Vai depender, vai depender, vai depender se ela vai querer!