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O BRASIL DE TEMER, DOS CRENTES E DA REPÚBLICA DE CURITIBA QUE NASCE DO GOLPE

Crivella viaja a Israel para agradecer o apoio dado na eleição, fundamental para arrebanhar os judeus moradores no Rio de Janeiro e, por extensão, a elite carioca, e nele votarem. Sob o pretexto de importar a expertise dos israelenses em segurança, provada no mundo inteiro, pois que usada com rara eficiência para detonar os palestinos. Crivella vê afinidade em suas vitórias com o prefeito eleito de São Paulo, João Dória, como uma mensagem contra o aborto, as drogas e a ideologia de gênero nas escolas – a mentalidade bolsonaro. Significando que devemos preservar os valores tradicionais da civilização cristã ocidental, argumento que remonta à guerra santa das Cruzadas na Idade Média contra a civilização islâmica. Depois dos pobres terem eleito Collor, a classe média de Lula assegurado quatro mandatos presidenciais ao PT, agora é a vez de Crivella e a sua República dos Crentes ao se somar a Temer e sua quadrilha para enfrentar a ocupação das escolas públicas pelos estudantes de nível secundário em protesto contra as medidas do governo Temer para prejudicar a educação, considerando o professor um privilegiado que não precisa se aposentar. Na defesa extremada da escola sem partido, sem ideologia. Como é que pode se temos o Judiciário com partido, uma imprensa com partido e política com religião? Como se não bastasse Crivella, Temer, Dória, Aécio e o bando dos tucanos blindados, eis que brilha a estrela de Moro à frente da República de Curitiba com sua tropa de procuradores públicos propondo ao Congresso um receituário ímpar de combate à corrupção, como dificultar a concessão de habeas corpus, mantendo preso o suspeito de corrupção até que confesse e delate – a tortura psicológica -, e a permissão ao uso de provas ilícitas, quando obtidas de boa-fé ou por erro desculpável – principalmente contra o PT. Um ciclo interminável de patifarias e o prenúncio das trevas constituem a aurora dos novos tempos, que destituíram uma presidenta a golpe de pedaladas.

Antonio Carlos Gaio:
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