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O CRIME COMPENSA

Renné Sena, que em 2005 ganhou sozinho 52 milhões na Mega-Sena, foi assassinado com tiros na cabeça 2 anos depois. Ele que já não tinha as duas pernas – consequência do diabetes – e estava a bordo de um quadriciclo no momento dos disparos, bebendo num botequim. A cabeleireira Adriana, que se ofereceu a ele como amante e esposa, passando a constar do testamento como sua beneficiária, foi acusada de encomendar a morte do ex-lavrador por motivos óbvios. Os autores do crime foram presos e já se encontram em regime semiaberto . O júri de Rio Bonito, onde tudo ocorreu, inocentou a viúva, levando a juíza Roberta dos Santos a aconselhar a filha de Renné, indignada com a sentença, a entrar em acordo com a viúva alegre e pôr fim à disputa na Justiça pela herança deixada pelo pobre milionário. Com esse sábio e magnânimo gesto, ambas desfrutariam da fortuna embargada, avaliada atualmente em 100 milhões. Afinal de contas, é muito dinheiro para uma pessoa só. Pra que brigar? Por que não dividir o espólio em cima da sepultura da infeliz criatura cujo único pecado foi ganhar na loteria? E ambicionar uma falsa loura ao seu lado no pedestal.
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Antonio Carlos Gaio:
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