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QUANDO O SUCESSO SOBE À CABEÇA, VEM À TONA O DIREITO DE FAZER O QUE BEM ENTENDER

Subiu à cabeça de Sérgio Cabral o sucesso de sua gestão em que a segurança, medida em pesquisa, melhorou, e boa parte da população se declara otimista com relação à política de pacificação nas favelas. Além do crescimento econômico do Rio de Janeiro fazer com que construtoras e empreendedores ganhem muito dinheiro, colocando jatinhos à sua disposição para poder dar conta de seus compromissos. Nada que a classe política não use e abuse de suas relações promíscuas com os empreiteiros nos quatro cantos do país, até um helicóptero cair, para ironia do destino, nas cercanias de Porto Seguro, levando a vida de mães e filhos e atingindo ambos os lados que se locupletavam. Não adianta criar um código de ética, rever conduta e adorar direito comparado para examinar o que outras províncias e Estados legislam a respeito. Com as mortes, o mal já está feito. Desde Confúcio, a atitude correta do homem público tem de ser uma só para a coletividade. Sucede que no Brasil cada um tem uma ética para si e procura ajustá-la ao consenso geral, onde só prolifera o dissenso. Achando que passar à frente da fila é um pequeno deslize, cabendo ao distinto público cerrar os olhos. Ou quando é seu filho o autor da escorregada, a imaturidade é o álibi. Há os que defendam tolerância zero e condenem todos ao mesmo fim, sem saber o que escolher para pôr no lugar, pois o descrédito é geral e não há saída para sua existência. Cômoda a mea-culpa se não implicar em reexame de consciência e mudança de postura, pautados pela lembrança imorredoura das vítimas de relações promíscuas. Você terá de ser outro, senão o olharão sempre recordando do episódio de triste sina.

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Antonio Carlos Gaio:
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