“Ide, eu vos mando como cordeiros ao meio de lobos”. A parábola de Jesus Cristo não se reportava à carnificina de enviar ovelhas frágeis para a goela de feras vorazes. Ele precisava sim de cooperadores fiéis, bondosos e prudentes com uma magnanimidade tal que se ocupassem da gleba de serviço da envergadura de semear novos e elevados dons espirituais em centros de áspero conflito, onde se desdobravam verdadeiras batalhas espirituais.
O apelo de Cristo ressoa até hoje. Faz-se necessário ir em direção aos lobos. Seria perigoso esperá-los em atitude de inércia. Se as maiores leviandades não procedem de círculos adversos, mas justamente de esferas mais íntimas, daqueles que se alimentam conosco nos mesmos pratos da vida, explorando nossa boa-fé que julgam como a mais adequada de ser passada para trás, justamente por confiarmos no gênero humano sem ressalvas, e não por deixarmos de agir porque iremos também beneficiar quem não gosta de nós e, consequentemente, não nos dará valor.
Jesus Cristo foi o iniciador do Espiritismo, que conclama aos homens de boa vontade se dirigir ao bem incessante, instituindo ações beneméritas, especialmente voltadas para os que ainda se encontram na infância da compreensão sobre a espiritualidade. Não se trata de crer por crer, pura e simplesmente, nem obedecer às cegas, maquinalmente. E sim identificar na universalidade da obra de Cristo a manifestação espírita que alarga nossos horizontes e que resplandece como o Sol acima das montanhas.