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SARNEY TRIPUDIA SOBRE O ESPÍRITO DE ULYSSES GUIMARÃES

No fórum nacional do PMDB, mais uma vez Sarney glorificou a si próprio ao lembrar que foi o único do partido que chegou à presidência. Mas caiu em perjúrio ao exaltar Ulysses Guimarães pela bravura, coragem e determinação com que ocupou página tão importante da História do Brasil, soando seu nome hoje como uma prece. Quando Sarney, em sua biografia, refere-se a Ulysses Guimarães como um político menor, sem espírito público, interessado apenas no poder, que tem o gosto pela arte da política pautado pelo puro gosto do jogo, e nada mais. Quando Ulysses Guimarães foi a maior liderança que derrubou a ditadura, tornando-se o presidente da Constituição de 1988 que nos livrou do entulho autoritário, para ser muito mal votado no pleito que elegeu Collor botando abaixo o governo de Sarney e desaparecendo em 1992 num trágico acidente de helicóptero, não merecendo que seu corpo nunca fosse encontrado. Enquanto Sarney saltou fora da nau insensata da ditadura no momento oportuno à feição de sua personalidade, beneficiou-se da morte de Tancredo Neves para comandar brasileiros e brasileiras, depois de tirar proveito do regime militar para construir carreira exemplar, o que lhe valeu a imortalidade e a presidência eterna do Senado. A julgar por esse episódio de grande magnitude, pode-se afirmar que não existe justiça em nossa labuta para viver? O que interessa é ser bem-sucedido? O que conta é quem ficará para a posteridade, o sonho de todo político? O mundo é dos vivos? E quando vier a morrer? Ah, uma coisa de cada vez!
Categories: Política
Antonio Carlos Gaio:
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