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DOIS SÓIS PARA UM SÓ PLANETA

Dois sóis para banhar de luz um só planeta? A 200 anos-luz de distância da Terra? Num ano-calendário de 229 dias? Um mundo real que foi imaginado como cenário em “Guerra nas Estrelas”? A detecção foi quando o astro ficou entre as estrelas-sol se movimentando, dificultando a observação pelos astrônomos astronautas na missão Kepler – descobrir sistemas planetários inteiros, outras galáxias e planetas fora do sistema solar. Outros mundos que também fazem parte de nosso Universo e em que passamos a encontrar condições para o desenvolvimento de outras vidas, confirmando a suspeita de que não somos os únicos seres presentes e voltados para organizar a nossa complexa existência. Não há por que buscar o confronto entre a ciência e a espiritualidade para explicar a origem da vida, se somos partículas infinitesimais nessa imensidão de astros, cabendo humildade diante do Todo que assusta convivendo com a ambição natural de progredir rumo ao desconhecido, ainda mais que paira certa desconfiança sobre a inviabilidade do ser humano, sendo natural que se abalem os dogmas de todas as religiões e se detenha o sectarismo, que lhes é natural, e a condução cega através de princípios irremovíveis, que consolidariam a não mais ver práticas milenares de prestar assistência ao próximo no lugar de desenvolver suas potencialidades para conquistar autonomia e questionar seus mestres. Antes que, parado em seu carro, aguardando que o sinal luminoso abra para você prosseguir no seu caminho, despenque uma árvore de grandes proporções e o atinja, despachando-o fulminantemente. Assim como não é absurdo vir um meteoro e antecipar o fim do mundo em seu planeta. Quando despertaremos para os constantes avisos e alertas de precaução embutidos propositalmente na ficção, para que mudemos nossa realidade saindo do mundinho do qual nos julgamos donos e pensamos que o controlamos? Nem sempre a tragédia vem anunciada, a propósito das torres gêmeas de Nova York. Nem o Mal é ingênuo para mostrar sua cara. Os dois sóis são de uma beleza sem par, mas também são dois olhos para se enxergar o horizonte com mais clareza e menos apego ao que conhecemos e em que acreditamos até agora.
Categories: Croniquetas
Antonio Carlos Gaio:
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