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UM LUGAR AO SOL

Ateeque Sharifi, uma das vítimas do atentado de Londres. Afegão que fugira de seu país em 2002, quando seus pais foram assassinados pelos talibãs. Trabalhava numa pizzaria e enviava dinheiro à irmã mais nova que ficou no Afeganistão. Buscou segurança no Reino Unido para estudar e dar um outro rumo à sua vida, encontrando seu destino nas mãos de extremistas.
Não existe mais lugar seguro no planeta. O paraíso da democracia fechou as portas para os imigrantes, inspirado pelo espírito de Osama, com receio de que contaminassem seus reservatórios de água, o bem mais escasso dos muçulmanos. O paraíso britânico se orgulhava de seus guardas não portarem armas até o assassinato de Jean Charles, que fugiu do inferno brasileiro para encontrar seu destino nas mãos de policiais em delirium tremens.
Essa insegurança generalizada teve início no atol de Mururoa, quando a França realizou testes atômicos. Imagine se o berço da cultura vai explodir uma bomba na cara de quem quer que seja se o termo bom burguês nasceu daquelas plagas.
Quem haveria de pensar que a antiga Mesopotâmia seria invadida pelo moderno império romano contra-atacando pelos ares? Quem poderia conceber que o Afeganistão fosse um reduto maligno a pôr as barbas do Bem de molho? Quem poderia supor que a brigada muçulmana iria infligir sérios danos no progresso vertiginoso da Espanha? Londres não sofria um abalo tão grande desde Hitler e o mar de fogo que anunciou.
E ainda reclamam da insegurança no Brasil. A verdadeira insegurança é a que precipita o êxodo dos jovens em busca desses paraísos, por absoluta falta de colocação no mercado. Imaginando que lá será melhor.
A frente terrorista muçulmana pleiteia um lugar ao sol nesse mundo dark delineado pelas maiores potências. Nem que seja à força.

Antonio Carlos Gaio:
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