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A ESPANHA DE FRANCO ARRANCOU FILHOS DE PAIS COMUNISTAS E OS ENTREGOU À IGREJA CATÓLICA PARA CRIÁ-LOS

Durante a 2ª Guerra Mundial, as atenções estavam concentradas nos totalitários Hitler e Mussolini, esquecendo-se do regime carniceiro do general Franco, que perdurou por 40 anos e fez escola para as ditaduras chilena e argentina, no tocante aos filhos de presas, executadas, exiladas ou desaparecidas. Foram retirados do convívio de suas famílias, de casa, do presídio, e levados para patronatos religiosos os meninos, e conventos as meninas, sendo-lhes retirado o sobrenome para permitir a adoção de simpatizantes do franquismo e do estelionato de filiação. Em nome de conter a degeneração do hispanismo, que crescia em razão de a democracia facilitar a participação de mulheres, com tendência inata ao mal, na política. Os monarquistas ganharam a Guerra Civil Espanhola e se sentiram respaldados por uma Europa, na qual a Alemanha nazista defendia as mesmas idéias de purificação da raça. A política de proteção à raça espanhola, em cuja cultura pais de cerca de 42 mil crianças jamais puderam recuperar sua tutela. Com o aniquilamento de padres comunistas, a Igreja Católica se converteu à religião franquista e se tornou a depositária fiel de crianças seqüestradas em pensionatos e conventos. No propósito de redimir dos pecados de seus pais, esses anjos deveriam se constituir em futuros padres e freiras. E se tornarem assexuados e impedidos de procriar. De nada adiantou, pois o Universo conspirou contra os padrões do mundo católico apostólico romano e a Teologia da Libertação subverteu a ordem anciã. Nascendo, aí, a Espanha de Almodóvar.

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Antonio Carlos Gaio:
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