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A VIDA É JUSTA

A mais infinita sabedoria do Criador, ao arquitetar essa obra-prima, foi a de nos conceder a possibilidade de exercer a capacidade de livre-arbítrio e construir nossa própria existência, vivenciando inúmeras experiências de vida afetiva e material para que possamos buscar a evolução aprendendo, expiando carmas passados com resignação e até mesmo cumprindo missões.
Quem disse que Deus não alimentou utopia na Sua criação? A igualdade absoluta dentre os espíritos, quando alcançarmos a condição máxima da espiritualidade de sermos solidários uns com os outros e não faltar fé. Quando o que mais se ouve, atualmente, no Plano Terreno é justiça; exige-se justiça nos quatro quadrantes do planeta. Em coerente harmonia com o Plano Espiritual de propiciar uma condição mais justa a todos os espíritos, enterrando progressivamente a idéia do castigo eterno e do inferno.
Não teria sentido nem seria justo castigar para sempre aqueles que encontraram obstáculos intransponíveis em sua progressão, independentemente de sua vontade, no meio atormentado em que foram colocados para encarnar. Se a sentença condenatória do homem fosse irrevogavelmente determinada após a sua morte, as ações de todos seriam pesadas numa balança viciada e o tratamento de acordo com os amigos do Rei.
A reencarnação é que dá sustentação à idéia de justiça com que o mundo clama, por respeito aos homens que vivem em condições subumanas e degradantes. A reencarnação corrige injustiças, proporcionando iguais possibilidades a todos e permitindo aos espíritos de rala condição moral uma segunda chance.
Não se trata de um castigo para os que erraram. Para acertar, temos que errar. Afinal de contas, o erro faz parte de nosso repertório. É errando que se aprende. Nós erramos querendo acertar. Mas ninguém quer errar. Nem mesmo o corrupto, o traidor ou assassino, que age de conformidade com os seus valores morais. Nós gozamos da liberdade de julgar dentro de nossos padrões de certo e errado, que vão despertando e se aprimorando com o aumento da compreensão do que consiste o sofrimento. 
A causa do sofrimento está em nós e se reduz quando, finalmente, conseguimos entender e aceitar que temos de aproveitar a existência material para evoluir e recomeçar a compensar erros de outras vidas nessa própria, em que temos os pés no chão. Através da multiplicidade das existências, abandonar o primitivismo a que estamos sujeitos, não confundir esperteza com sabedoria e limpar o caminho que o aproxima da redenção de seu ser.
É nesse momento que encontramos a resposta para o significado da vida e justiça nos seus princípios.

 

Antonio Carlos Gaio:
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