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DILMA RESPONDE À ALTURA A VIL COMPARAÇÃO COM BOLSONARO REALIZADA PELA FOLHA

A propósito do editorial da Folha de São Paulo de 22/8/20, sob o título “Jair Rousseff”, equiparando um presidente ordinário e despreparado como Bolsonaro com Dilma, nivelando uma torturada pela ditadura militar com um zé-mané que só não foi torturador por ter nascido dez anos depois, só evidencia um “destes atos deliberados de má-fé”, conforme enfatizou Dilma em carta à redação do jornal, exigindo que fosse publicada na íntegra. Quando Merval Pereira já ensaiava seus primeiros passos, classificando-os de iguais no populismo e na extrema-direita e esquerda, sonhando com a volta dos tucanos corruptos (Aécio, Serra, Alckmin e FHC) ao poder. Dilma lembra que, no golpe de 64, a Folha pôs à disposição alguns de seus veículos de distribuição de jornal como suporte às forças de repressão durante a ditadura militar, conforme afirma o relatório da Comissão Nacional da Verdade. A Folha cometeu a pusilanimidade de chamar de “ditabranda” um regime que cassou, censurou, fechou o Congresso, suspendeu eleições, expulsou centenas de brasileiros do país, prendeu ilegalmente, torturou e matou opositores. Publicou, na primeira página, uma ficha falsificada do Dops, identificada pelo jornal como se fosse da Dilma, e que uma perícia independente mostrou ter sido montada grosseiramente para sustentar acusação falsa de um site fascista. Não foram as redes sociais que inventaram as fake news, a elas se anteciparam a grande imprensa no Brasil, facciosa e venal. Não é sem motivo que nas redes sociais a Folha ganhou o apelido de “Falha de São Paulo”. Não há como comparar uma presidenta democrática e desenvolvimentista, à frente de políticas de inclusão iniciadas a partir de Lula com um governante autoritário, de índole nazifascista, sustentado pelos neoliberais. Sempre a repisar acusações de pedaladas manipuladas apenas para sustentar a narrativa midiática e política que levou ao golpe de 2016. Naquela época, a Folha chegou a pedir a renúncia de Dilma, em editorial de primeira página, antes mesmo do julgamento do impeachment, criando deliberadamente um ambiente de insegurança política e paralisando decisões de investimento. No entanto, a Folha jamais pediu o impeachment do golpista Michel Temer, apesar de provas contundentes contra ele, nem de Bolsonaro, ainda que tenha sido flagrado em inúmeros atos de afronta à Constituição, e o próprio jornal o responsabilize pela gravidade da pandemia. Um país que, em 2014, registrou o índice de desemprego de apenas 4,8%, praticamente pleno emprego, com blindagem internacional assegurada por um recorde de US$ 380 bilhões de reservas, positivamente, não estava quebrado, como ainda alegam seus inimigos. O mandato de Dilma nem começara e o impeachment já era assunto preferencial da mídia, embalado pelas pautas-bombas e a sabotagem do Congresso, dominado por Eduardo Cunha. Ao tomar o poder ilegalmente, os golpistas aproveitaram-se de sua maioria no Congresso e do apoio da mídia e do mercado para aprovar a emenda do Teto de Gastos que, a partir da pandemia, tornará ainda mais inviável qualquer saída para o crescimento do emprego, da renda e do desenvolvimento. Na verdade, a mídia procura juntar Dilma com Bolsonaro como farinha do mesmo saco para se fazer de vítima, quando teria sido “obrigada” a votar no Bolsonaro (jamais votaria no PT) e agora pretender se livrar desse câncer por ter contribuído em atrasar o Brasil e arrastar a população brasileira para o primitivismo. Como se Dilma tivesse o mesmo nível do desqualificado Bolsonaro. Quando a Globo é capaz de retirar o apoio ao golpe de 64 cinquenta anos depois com a cara mais lavada do mundo. Jogando com a nossa falta de memória.

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Antonio Carlos Gaio
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