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CAPÍTULO CXXXV – SERES ABOMINÁVEIS

O mundo está repleto de homens abomináveis que invadiram os domínios da política, da ciência e da religião, falseando realidades que chocam e enganam espíritos menos avisados, tornando-os desequilibrados ao abraçarem suas pobres convicções. É quando começam a se precipitar de despenhadeiros apavorantes ou são absorvidos por ondas intermináveis de sombras, ao perderem considerável substância, matéria que já era rara em seu espectro. Além do respeito por si mesmo e da luz necessária para aclarar seus horizontes. Embora boa parte dos imprevidentes encontre socorro justo, porquanto não se achavam devidamente informados e desconheciam a verdadeira situação, ocultada pelos homens abomináveis.
Não escuteis as palavras dos abomináveis profetas que trapaceiam a boa-fé de ignorantes, de vítimas indefesas e de doentes desprotegidos, que necessitam de esclarecimentos e consolações, de luzes e bênçãos, principalmente se já entraram na partilha das aflitivas realidades próprias dos planos inferiores.
É a visão do coração de charlatães que os faz falar, abusando da fé simples e quase cega do povo, ao predizer por dinheiro o que seres carentes desejam ouvir e sonhar.
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima trigésima quinta intervenção espiritual, em 26 de fevereiro de 2021, efetivou-se sob a égide da leitura de “Vinha de Luz”, 43 (“Vós, portanto…”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 21 (“Haverá falsos cristos e falsos profetas”), item 11 (“Jeremias e os falsos profetas”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Por que é que os espíritas discordam quando não espíritas afirmam que o espiritismo é uma religião? Pois se fala de Deus e de Cristo, é uma religião, não é? Contudo, o espiritismo não nasceu sob uma premissa religiosa. Essa é uma questão fundamental, um divisor de águas. Allan Kardec, quando iniciou seu trabalho de pesquisar as manifestações mediúnicas (que, na época, não guardavam sequer essa terminologia), ele o fez sob um direcionamento puramente científico, seguindo os mesmos métodos de toda pesquisa científica comumente feita no âmbito da matéria. Por assim dizer: os efeitos do espiritismo já se faziam presentes. Ele apenas procurou estudar as causas, e dar-lhes explicação. Consequência natural, pela própria comprovação da existência do mundo dos espíritos e, da possível comunicação com eles, chegar até um Deus criador. Por isso é que o espiritismo é por ele mesmo definido como uma doutrina filosófica com consequências religiosas, e não simplesmente uma religião.
Aprendei, pois, antes de tudo, a distinguir os bons dos maus Espíritos, aqui na Terra como no Céu, para que vós mesmos não vos torneis falsos profetas. Impostores e fanáticos guindados pelo prazer de enganar quando encontram uma ocasião. Uma vítima à mercê.

Antonio Carlos Gaio:
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