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UMA ELEIÇÃO EXTREMAMENTE POLITIZADA

Primeiro, não se sabia se Dilma se candidataria à reeleição ou se abriria mão para Lula. Segundo, se Marina conseguiria fundar seu partido, a Rede, e se lançar como candidata à presidência da República. Terceiro, frustrada, Marina sai como vice de Eduardo Campos. Quarto, a tragédia do avião que caiu em Santos, matando Eduardo Campos, é considerada como providência divina para emergir Marina e colocá-la na cabeça da candidatura para vencer a eleição. Quinto, a ascensão vertiginosa de Marina deixou Aécio imediatamente para trás e ameaçou ultrapassar Dilma – a primeira onda. Sexto, Marina é desconstruída por Dilma e Aécio, quando afirmou que não tem lado, e uma nova onda a vence com uma votação acima da expectativa de Aécio. Sétimo, um empate técnico no segundo turno provoca uma campanha bem mais agressiva do que no primeiro, que tendeu para a desconstrução. Isso acarretou um confronto que se estendeu até a base com eleitores do Aécio entrando em guerra com eleitores de Dilma e vice-versa, deixando para trás a postura apagada dos eleitores de Marina. Nada disso é grave, desde que não arrastem o debate para a selvageria, pois é nas eleições que as pessoas mostram quem são, refletem sua inteligência ou sua visão estreita, seus preconceitos ou suas obsessões, com tendência para a difamação. Seu espírito autoritário ou verdadeiramente democrático, votando no candidato ou no programa partidário, com emoção ou sendo frio para se proteger dos facínoras que se candidatam. Desde 1989, não há uma eleição como essa, que vai ficar marcada pela extrema politização do povo brasileiro, com todos discutindo as possibilidades dos dois candidatos nas ruas, nos transportes públicos, em família, no trabalho, queimando os neurônios dos indecisos.
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Antonio Carlos Gaio:
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