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A AMIZADE QUE SE FOI

Essa história de brigar e não querer falar mais. Romper mesmo. Não ter mais vontade de ver sua cara. Até descobrir que precisa de você. Seja por interesse ou não. Tem que voltar a falar contigo. Te procurar. Foi um erro se afastar de ti. Contudo, agora que você veio, não é mais a mesma coisa! Não se trata de orgulho. É que você não representa mais nada para mim! Quebrou o encanto. Não que você fosse lá grande coisa para acreditar incondicionalmente. Mas é que eu me importava contigo, até então. Aí você me esnobou sem medir as consequências. Ultrapassando o ponto de equilíbrio em que a decepção toma conta do pedaço a ponto de quebrar uma amizade que, normalmente, se solidificaria com o tempo, de tal modo que venceria o próprio tempo. Tamanha as afinidades, pensávamos assim. Se não fôssemos tão estourados, belicosos que seja, o que não facilita em nada um acordo em novos termos. É porque não vislumbramos um horizonte diferente daquele em que nos tornamos inimigos – e haja falsidade para trocarmos algumas palavras. A título de mostramos civilidade, educação e equilíbrio. Como superar um fosso que se abriu diante de nós? O mistério que ronda amizades sólidas e que, quando se desconstroem os mitos, desconhecidos se tornam, nada mais restando do que se separarem antes que voltem às turras. Vai cada um para o seu canto, irremediavelmente.

Categories: Croniquetas
Antonio Carlos Gaio:
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