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“FORMA DA ÁGUA” e “TRÊS ANÚNCIOS”

A CRÍTICA DA CRÍTICA

Daí sairá o vencedor do Oscar de melhor filme. Assiste-se sem se empolgar a “Forma da Água”, aguardando o que fará o homem anfíbio, se monstro ou figura humanoide, até que se comece a entrar em contato com um rico painel de personagens discriminados ou perseguidos nos Estados Unidos da Guerra Fria, incluindo até os próprios comunistas. E se é envolvido pela extrema criatividade e ousadia de seu diretor aficionado por cinema de monstros, Guillermo del Toro (“O Labirinto do Fauno”), com um climão de filmes dos anos 1950 e de Tarantino, influenciado pelo desempenho monstruoso do ator Michael Shannon. “Três Anúncios”, dirigido por Martin McDonagh, sai-se melhor, embora a comparação seja inevitável com a obra dos irmãos Ethan e Joel Coen – de quem, aliás, Frances McDormand, em desempenho digno de um Oscar, é esposa. Barra pesada dessas cidadezinhas americanas fascistas, mas pontuado por um espetacular humor negro, carro-chefe do filme. Encadeado por uma sucessão de cenas tão absurdas quanto surpreendentes, tornadas possíveis por um cast de atores que rende bem em personagens pra lá de interessantes, que fogem do maniqueísmo de mocinho e bandido.

Antonio Carlos Gaio:
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