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“A GUERRA FRIA”

A CRÍTICA DA CRÍTICA

A disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro tornou-se mais acirrada e interessante do que a categoria dos que ambicionam a láurea maior e entram para a História – bem, não todos. Ainda mais quando tentam encher a bola de “A favorita”, supervalorizado pela câmera do diretor Yorgos Lanthimos, que nos leva a conhecer a opulência dos interiores da corte inglesa do século XVIII, e pelos desempenhos de Rachel Weisz, Emma Stone e Olivia Calmon (nessa ordem). Embora “Roma” já seja considerado o vencedor por antecipação na categoria de filme estrangeiro, Pawel Pawlikowski, o diretor de seu concorrente polonês, intitulado “Guerra Fria”, é candidato ao Oscar de melhor diretor, tal como Alfonso Cuarón, à frente de “Roma” – ambos os filmes em preto e branco. Pawlikowski já conquistou a Palma de Ouro em Cannes de melhor diretor em 2018, bem como seu filme “Ida” levou o Oscar de 2015 de melhor realização estrangeira. A fotografia de Pawlikowski, também candidato, colhe à perfeição flagrantes e cenas em ângulos que nos surpreendem durante a Guerra Fria, entre a Polônia stalinista e a Paris boêmia, cuja montagem inteligente nos induz a indagar: “Quer dizer que tal e tal coisa já aconteceram?”. A crítica não salienta em momento algum que é uma triste e puta história de amor de estética apurada, que vai te impregnando, tomando conta do espectador, embora não pareça que aquele relacionamento vá longe. Brigam tanto, cuidam tão mal do amor, a ciumeira não nos faz imaginar que é mais sério do que se pensava. Mas “Guerra Fria” é imprevisível, forte, abarrotado de lirismo, igualmente complexo e verdadeiro, porque baseado na história de amor vivida pelos pais de Pawel Pawlikowski – a certeza de que a vida não vale a pena se não podemos ficar juntos.

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Antonio Carlos Gaio
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