X

QUANDO SE AMA DE VERDADE, TEM QUE SE AGUENTAR TUDO QUE DO OUTRO VIER?

Quem gosta mesmo de você, aguenta suas crises, suas manias, suas reclamações, seus momentos de tristeza e permanece sempre ao seu lado. Isso é verdade, mas não de todo. Pois pode sobrevir aquele desgaste inevitável que vai matando o encanto, o romantismo, as ilusões, enfim, quando não as fantasias sexuais, secando a fonte, face aos maus humores terem excedido o limite razoável e a relação ingressar num período nebuloso e neurótico, do qual não se acha uma saída. Pode dar margem a crises de autoritarismo e interferência indevida em seu rumo, fazendo-o sonhar com o resgate de sua privacidade. Por outro lado, não há ninguém que suporte reclamações diárias a respeito de sua conduta, comparando-o a fulano e beltrano, que nem conhece por dentro como realmente são. Manias todo mundo tem, mas Roberto Carlos tem horror a expor as suas em biografia não autorizada, com medo de que descubram que, de perto, todo mundo é um monstro. Pode se sentir compaixão pela tristeza mas, e se for daquelas depressões que vomitam palavras erradas que costumam machucar para o resto da vida? Sem buscar o silêncio adequado e sábio que convém a certas situações. Embora o amor possa adquirir a condição de ilimitado, não somos Deus para dar conta das idiossincrasias humanas. Divididos entre que respeitem nossos limites ou então sucumbimos às nossas limitações.
Categories: Croniquetas
Antonio Carlos Gaio:
Related Post

Este site usa cookies.