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“A GAROTA DINAMARQUESA”

A Garota Dinamarquesa

Nos anos 1920, gay era pervertido e sujeito a ficar recluso para não dar maus exemplos à sociedade ou se render a um tratamento com choque elétrico para corrigir o desvio da gênese do sexo, combatendo a anomalia em prol da cura gay. Imagine se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero! O pintor dinamarquês Einar Wegener foi o primeiro que teve a coragem de encarar uma cirurgia para a qual a medicina ainda não detinha recursos científicos. Tamanha a ânsia de não se ver no corpo de um homem, de querer assumir sua identidade feminina, ambicionar filhos. Sua esposa ficou famosa pintando seu marido travestido, nela impingindo crises de consciência por estar explorando sua imagem à margem da sociedade. Travesti é ficar no meio do caminho e não o agradava. Ele já havia nascido mulher e foi objeto de um erro da Natureza para abrir caminho dentre os impiedosos seres que formam a crosta da Terra para que nela não vinguem os que vieram para mudar. Como se trata de um casal de pintores, cada cenário externo ou interno da Dinamarca é uma pintura. Alicia Vikander supera Rooney Mara em “Carol” na disputa pelo Oscar de melhor atriz coadjuvante e rouba a cena, apesar da excelente atuação de Eddie Redmayne.

Antonio Carlos Gaio:
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