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A ELEIÇÃO DE 2018 SERÁ UM PLEBISCITO PARA DECIDIR SE FOI GOLPE

Os tucanos sempre gozaram da fama de não saberem decidir. Como Lula está bem à frente nas pesquisas e Aécio flagrado com a mão grande em mala de dinheiro ilegal, quando só falava em ética e honestidade, Alckmin não perdeu tempo, quase sagrado candidato a presidente pelo PSDB, com as linhas mestras do discurso de ataque ao Lula: “Ele quer voltar à cena do crime”. FHC foi mais escorregadio: “Prefiro combatê-lo na urna a vê-lo na cadeia”. A imputar a maior crise econômica e ética da história do país ao modelo petista, justamente o responsável pela mobilidade social nunca antes vista e que originou o golpe para liquidar com o projeto de inclusão que incomodava a burguesia. Lula terá de provar que os milhões de empregos perdidos, milhares de empresas fechadas, negócios falidos e sonhos desfeitos se deveram à quadrilha formada por Aécio, Eduardo Cunha e Temer para depor Dilma por motivo que hoje desapareceu – as pedaladas fiscais – e ungir um laranja das elites. Alckmin, a mídia e o PSDB terão de se valer do Moro, sempre a postos, e da Operação Lava-Jato para acusar a máquina petista de destruir a Petrobras, quando o governo de Lula interrompeu a canibalização da Petrobras promovida pelo governo FHC para vender a empresa e tornou-se o mentor da descoberta do pré-sal, responsável pela metade da produção diária atual. As urnas poderão condenar Alckmin por incitar as classes sociais ao confronto de nós (o PSDB e a elite) contra eles (o povo) e atirar pela janela a autoestima conquistada a duras penas pela população na era petista. Não será uma eleição, e sim um plebiscito para decidir se foi golpe ou não contra Dilma e devolver ao PT o mandato, no caso de vitória do eleitor não auscultado à ocasião da quartelada jurídico-político-midiática. Para Merval Pereira, vai ser “uma aposta em que o velho, que está morrendo (numa referência a Lula), terá forças ainda para impedir que o novo que está nascendo não prevaleça (quem personifica o novo no atual cardápio?). A força eleitoral de Lula mostra que isso é absurdamente possível (absurdamente é tudo aquilo que não cabe em sua ideologia de se curvar ao mercado em reverência). Alckmin quer mostrar que, apesar de tudo, representa uma transição mais confiável”. A estratégia é isolar os perigosos extremos, Bolsonaro e Lula (considerado agora de extrema-esquerda), para fazer prevalecer a mediocridade mais confiável.

 

Antonio Carlos Gaio:
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