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“MARIGHELLA”

Marighella, o filme. A tortura que saía pelo ladrão durante a ditadura militar até hoje perdura na boca imunda de um presidente da República que enaltece torturador. Filme longo que foi objeto de censura e perseguição pelo governo Bolsonaro. As torturas abundam em nossos dias sobre corpos pobres e pretos, que constituem a maioria da população prisional. Marighella foi deputado federal quando o Partido Comunista estava na legalidade, além de poeta, escritor e guerrilheiro contra a ditadura militar. O Brasil havia sofrido um golpe em 1964 com a tomada de poder pelos militares, sustentado pelo governo norte-americano, sob o pretexto de se prevenir do comunismo e permanecer por um tempo curto, até a situação se estabilizar. Mentira, igual a tantas que o Bolsonaro elimina pelo intestino e pela boca, seguida por muitas cenas de ação, tiroteio, perseguição policial, assalto a banco, delações e traições, complôs internacionais. Personagens fictícios como o inspirado no inspetor Fleury, muito bem caracterizado por Bruno Gagliasso, além do episódio do assassínio do oficial do Exército dos Estados Unidos, Charles Rodney Chandler, professor de tortura no Vietnã, Uruguai e Brasil. O único personagem autêntico é Marighella, em atuação sensível de Seu Jorge, marcado pela convicção inabalável na necessidade de lutar contra as forças opressoras, majoritárias e oficiais, de ontem e de hoje. Bem captado pela direção sempre direta ao ponto do diretor Wagner Moura.

Antonio Carlos Gaio:
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