ASCENSÃO ESPIRITUAL

Muito se reclama do carma de vidas passadas quando a criatura sofre sem conhecimento das causas que a levam à aflição e à angústia, não logrando forças para superar ou mesmo suportar com resignação as suas dores. Ainda que sabendo do seu grau de responsabilidade nas ações que vier a dar curso e nas atitudes que assumir, se medido pela encarnação presente. Embora possa desconhecer que o corretivo é sempre proporcional à sua capacidade de arcar com as consequências e resistir. Portanto, não se desespere diante de uma conjuntura dolorosa, se a causa dos padecimentos não se encontra na existência atual, pois se repetem tantas vidas corporais para o Espírito, quantas vezes se fizerem necessárias para o seu burilamento, de forma a alcançar a sua plenitude.

O sofrimento não tem exclusiva finalidade corretiva de rumos e destino, e sim dar margem a abrir percepções e facultar valores que não seriam conhecidos sem a contribuição com propósitos educativos. Não menosprezes, portanto, os princípios que regulam o ciclo das reencarnações, se cada etapa repara os erros da fase anterior e, ao mesmo tempo, colabora para a aquisição de experiências que necessitam ser armazenadas e que contribuem, poderosamente, para a evolução do homem. Sem este processo, no qual se manifestam a sublime e irrepreensível justiça e o soberano amor, a vida inteligente perderia o sentido e a criatura humana se transformaria em joguete de caprichosas e incontroladas mãos que lhe conduziriam o destino.

Quem nos orienta é uma preceptora sem par, o espírito de Joanna de Angelis.

Se não compreendes o porquê das tuas dores atuais, ausculta a consciência e ela te inspirará a entender as causas anteriores, ajudando-te a suportá-las e vencê-las bem. Aproveite, o quanto puder, as vivências que se te apresentem, separe as experiências positivas, recupere as lições perdidas e consagre os trabalhos valiosos. A pessoa odienta que te molesta; a dificuldade persistente que te perturba; a enfermidade pertinaz que não te abandona; o problema que não se dilui; a dor que te enfraquece; a solidão que te martiriza; a angústia, ainda de origem desconhecida, que te dilacera.

A conquista da paz de espírito impõe como condição precípua a ausência de culpa, por não mais haver delito praticado em decorrência do erro regularizado. Ninguém alcança a sonhada paz de espírito sem os atributos de mérito advindo das ações nobres realizadas. 

Quando Jesus disse que seu fardo era leve, e suave, o seu jugo, pensava na Humanidade e em sua trajetória se submetendo a todas as suas provações, bem como as dores que as acompanham, e que acabam por se transformar em bênçãos, portadoras de mercês (graças) em reconhecimento pelo árduo trabalho operado ao longo de contínuas encarnações, uma verdadeira epopeia! Uma sucessão de eventos extraordinários e memoráveis capazes de provocar admiração em quem se detivesse a observá-los, sob o compassivo olhar de Deus e através de Suas mãos misericordiosas, aos quais o ser humano doa tudo o que seu espírito fermenta, em pleno exercício de seu livre-arbítrio. Até superar suas limitações e a paz tomar conta de si, enlevado pelo amor e resignação, ao alcançar a ascensão espiritual.