As Forças Armadas se encontram num beco sem saída. Os generais e demais patentes implicadas no golpe (tentativa é equiparada) para não permitir que Lula assumisse seu mandato ganho nas eleições de 2022 se defrontarão com um novo julgamento no Superior Tribunal Militar, em sequência ao juízo do Supremo Tribunal Federal. O que pode implicar na perda da patente, embora sem maiores consequências financeiras, pois seus vencimentos serão herdados pela esposa ou filha não casada, como se o milico morto fosse.
Os militares teriam suas carreiras descredibilizadas numa estrutura hierárquica, de prestígio, em que alguns até se notabilizaram, quando estiveram no topo, como líderes incontestes da instituição. Como na Aman, um dos principais centros de pensamento estratégico-militar do país, no qual o General Heleno foi professor e que, agora, depois de condenado, se declara com mal de Alzheimer desde 2018 para se livrar da cadeia.
O julgamento no Superior Tribunal Militar seria o momento adequado para se reformular e atualizar o pensamento estratégico do Brasil, ainda muito voltado para uma doutrina anticomunista num cenário de Guerra Fria, completamente desconectado da realidade, e que alimenta a lógica de enfrentar “inimigos internos” – linguagem chula para justificar a imersão numa ditadura.
Há que se saber fazer uso dos grupos de WhatsApp, que geraram provas de crime e forneceram indícios para todo o processo de golpe. As Forças Armadas, por alguns de seus integrantes, foram flagradas como braço armado para implementar um Estado de Exceção, se não fora a manifestação firme dos comandos do Exército e da Aeronáutica não aderindo – não cabe mais quartelada.
Há que cortar os privilégios da elite que manda no país e pô-la a serviço do povo brasileiro, mas finalmente a casta dos militares foi punida e condenada em meio a inúmeros golpes e ditaduras na História do Brasil, segundo o historiador Carlos Fico, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nunca houve antes um processo legal de punição efetiva a militares em golpes bem ou malsucedidos de tomada do Estado.
O que não impediu mais um ato ridículo de Bolsonaro ao tentar fugir da prisão domiciliar, na pretensão de se livrar da tornozeleira eletrônica, e pegar um helicóptero na pista de pouso na casa de Nelson Piquet, bem perto dali. Acionou o alarme. Medo de ficar preso, senão 27 anos ou por um bom par de tempo para se tornar mais paranoico, desenvolver sua psicopatia, já que o caráter genocida se encontra manietado. De tanto invocar soluços como reflexo da injustiça a que se sugestiona, vai acabar mexendo com Deus, insatisfeito com a manipulação a que Bolsonaro se deu o direito ao se declarar crente.
Todo esse barulho por um sujeito reles como Bolsonaro? Que sempre quis ser um ditador, como grande incentivador de torturas, chamado de mito com votações consagradoras para presidente, humilhando a classe militar, que tanto o apoiava, com a futura perda da patente, nomeando um general com mal de Alzheimer para dar as cartas na área da inteligência. Pouco importava à “sua” população votante, por nele ver um “seu” igual: obtuso e dedo podre para escolha.
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