Ariano de 1936, em 13 de abril de 2025, morreu o escritor peruano Vargas Llosa, que ganhou o Prêmio Nobel de Literatura em 2010. Embora filho de mãe solteira, quando conheceu seu pai, logo ele o mandou para um colégio militar, e daí surgiu a ideia do livro “A cidade e os cachorros”, quando execrou o clima de violência e hipocrisia no meio. Aos 19 anos, casou-se com sua tia, uma década mais velha, o que indignou seu pai e escandalizou a sociedade limenha nos anos 50, dando origem a um de seus romances mais bem sucedidos, “Tia Júlia e o escrevinhador” (1977).
Se rompeu com sua família para se casar com sua tia, rompeu com ela para se casar com sua prima de primeiro grau e sobrinha de sua ex-mulher, com quem teve 3 filhos. Aos 74 anos, viveu um relacionamento de sete anos com a socialite filipina, ex-esposa de Julio Iglesias. Também rompeu com seus amigos quando oscilou do comunismo para abraçar a direita neoliberal, e se candidatar à presidência do Peru, tendo sido derrotado por Fujimori.
Em 2006, lança “Travessuras da menina má”, carregado de elementos autobiográficos, disfarçados de ficção extraídos da realidade, explorando uma mulher camaleônica que surge em sua vida sob diversas identificações ao longo de décadas.
Haja histórias por contar, se foi trabalhar em Paris em 1959, na Rádio e Televisão Francesa, se adotou a nacionalidade espanhola em 1993 e mudou-se para lá, se foi professor de Literatura Ibero-Americana na Universidade de Georgetown (EUA).
Para encerrar seu recital em estado de graça, em 2024, em seu último livro “Dedico a você meu silêncio”, busca mudar seu país através da arte.
Tem certas vidas que expõem “a vida como ela é” (Nelson Rodrigues) e que mais parecem ficção, do tanto que são bem engendradas, urdidas e bem-acabadas, com a traição ocupando o primeiro plano. Não dando margem a encontrar uma saída para o impasse, se ficção ou realidade.
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