Na minha nuvem de memória
Salvo as fotos que não postei
Os textos que não editei
Os áudios que não enviei
Meus documentos
Minhas senhas
E até as mais estranhas
Partes de mim
O que publico nos stories
Nem sempre são choro de nuvem
São apenas penugem
Que reveste minha pele
Então volto para o drive
Me dirijo a essa nuvem virtual
Como se ali estivesse meu verdadeiro eu
O ser inteiro que arquivei onde deu
Mal sei quem sou, quem estou
Compartilhando tudo com o mundo
Achando que controlo, tenho escudo
Quando estamos num profundo
E eterno conectado ambiente
O drive também tá de olho, gente
E as big techs, com suas tecnologias de chiclete
Embalam tudo em deliciosas balas
Supostamente personalizadas
Com as características que nós mesmos
Lhes informamos previamente
Tem uma nuvem no meu subconsciente
E ultimamente vejo tudo tão nebulosamente
Que desconfio que minha própria consciência
Está esquecendo de ser gente
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