Sob a égide da morte do grande humanista, o Papa Francisco, em 21 de abril de 2025, a Espiritualidade abraça a Igreja Católica por sua atuação em prol da lei do amor e da caridade, que deve orientar a paz e a boa vontade entre os homens. Ou seja, depois da humildade perante Deus, a caridade para com o próximo deve nortear toda a Humanidade – não somente o cristão ou o espírita.
Mais um motivo para conversar sobre a morte, muito embora se deva prosseguir cuidando da vida e fugir da morte. Mortificado pela crendice, senão poucas vezes, abordar o tema e acabar por atrair o triste infortúnio e o mau agouro, culminando por levá-lo direto ao Umbral, num abrir e fechar de olhos. Quando tudo pode ser triste e bonito ao mesmo tempo. Quando morte não é algo que se possa evitar. Morte se configura num tabu, se as pessoas cultivarem o medo e se recusarem a pensar sobre o assunto, quando o menos assustador é se educar sobre a morte. Não se trata de logo adentrar na irreversibilidade da morte e tomar conhecimento de que a vida verdadeira, a espiritual, não se encerra, e o que se extingue é o corpo físico.
O que antes urge tecer é nos organizarmos para a vida espiritual, e não para a morte. É bem verdade que se puder deixar tudo bem encaminhado materialmente, quanto ao destino de seus pais, filhos e familiares, se assim existirem, ou por quem tenha afeto e amizade, tanto melhor. Pois não há como negociar com a Morte e pedir uma prorrogação no tempo, conforme assistimos no filme de Ingmar Bergman, “Sétimo Selo”, de 1957. Não há como assumir o controle da própria morte e decidir como ela vai se desenrolar. Por isso, ser necessário à Espiritualidade provocar uma doença, um mal que seja, não essencialmente fatal e cabendo tratamento para sobreviver, na dependência do que o encarnado ainda tiver por resgatar.
Não se pode precisar quando ocorrerá o último suspiro, mas o familiar bem é capaz de perceber que o seu ente querido está dando sinais de partir para a grande viagem, e começar a chorar. Pois ele desaparecerá por completo de seu mundo, naquele que o familiar só tem para acreditar. A não ser que passe a enxergar nitidamente o que está acontecendo. E o que ficou pendente para ser dito, terá de fazê-lo quando se tornar permeável ao Mundo dos Espíritos, apto a perceber sinais e crendo no que chegar à sua mente, se souber fazer uso do discernimento e valer-se de um instinto cada vez mais apurado. Estudar o Espiritismo ajuda.
Assim sendo, quando você vir alguém que não deveria estar lá pois já desencarnou, não se assustará, se você aceitar que familiares e amigos venham nos buscar em nosso desencarne, animais no lar entenderem o que está acontecendo e a ausência de energia no leito de morte. Não é realmente assustador se você se informar e refletir sobre a morte.
A ducentésima trigésima nona intervenção espiritual, em 2 de maio de 2025, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura de “Vinha de Luz”, 147 (“Nos corações”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 9 (“Bem-aventurados aqueles que são mansos e pacíficos”), itens 1 a 5 (“Injúrias e violências”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Santo Agostinho já dizia que mais do que chorarmos a perda de nossos entes queridos, choramos a nossa própria morte, diante de nosso destino irreversível.
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