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CAPÍTULO LXXXVIII – CHEGOU UMA MENSAGEM TELEPÁTICA!

Esta é uma mensagem telepática recebida no início da madrugada de 29 de setembro último, que me obrigou a levantar da cama para transcrevê-la, embora completamente extenuado. Versa sobre o desenrolar do fim de uma encarnação sem que Sarmento, meu amigo desde a infância, dê a menor chance a um fio de esperança que seja para encontrar a fé. Quando a fé pode ser resgatada até mesmo na última hora do desencarne. Sarmento vinha paulatinamente perdendo forças em seu estado de saúde precário, não mais conseguindo nem tomar banho por seus próprios meios. Sua vitalidade se esgotava na medida em que não mais se incomodava com o que girava ao seu redor – morrera o interesse. Eis que ouve a voz do espírito de sua mãe, de má memória para ele, por ter testemunhado em idade adolescente sua opção por uma clínica de doentes mentais, abrindo mão de viver em liberdade. O que abalou a existência de Sarmento irremediavelmente e o condenou a jamais acreditar no seu trabalho e nele progredir, embora sobrasse inteligência e capacidade. Até sentir seu organismo como um todo adoentar e fraquejar. Todavia Deus não o levou daqui conforme ele pensou que fatalmente iria acontecer. Deus esperou, deu-lhe todo o tempo necessário para refletir. Apesar de Sarmento ser teimoso e insistir em não acreditar em vida espiritual, não podia negar que a voz de sua mãe soava preocupação com o destino que ele estava dando à encarnação presente. Havia possibilidade de suicídio por não lhe restar mais o que pudesse fazer nesse maldito desfecho que o alcançara. Ou nada fazer e não lutar para sobreviver também não se chama suicídio? Eis que sua mãe junto com seu pai, igualmente espírito (ambos se separaram na idade da inocência de Sarmento), acorreram em sonho de olhos abertos à imaginação da filha de Sarmento para solicitar seus préstimos e retirá-lo dessa encruzilhada. Como se ela não tivesse dedicado a seu pai todo o carinho, desvelo e cuidados. A situação é inquietante, ele é informado pela filha de espíritos socorristas em torno de seu berço, como se fosse um bebê. Sarmento agradece a preocupação com a triste figura em que se tornou. Não mais repete que não crê em bruxas, em espíritos. Se cala, ainda há tempo útil para não desperdiçar essa encarnação. Deus é mais justo do que ele, Sarmento, O julgava. Ele o aguarda de braços abertos para acolher essa inocente criança que não cresceu ao não crer em si mesmo e em seu potencial, acomodando-se em sua baixa autoestima. Quando resolve confessar que cometeu infindáveis erros em sua vida, “é tudo culpa minha”. A humildade no acerto de contas reconcilia seu espírito com a fé.
A octogésima oitava intervenção espiritual, em 11 de outubro de 2019, se iniciou com cânticos no intuito de abrir caminho para os espíritos curadores, prosseguindo com a leitura e comentários sobre o item 13 (“Emprego da riqueza”) do capítulo 16 (“Não se pode servir a Deus e a Mamon”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
O homem, sendo o administrador dos bens que Deus lhe depositou nas mãos, terá que prestar contas rigorosas do emprego que deles fizer, por seu livre-arbítrio. O mau uso consiste em fazê-los servirem apenas à satisfação pessoal. Ao contrário, se resultar num benefício para o próximo, o mérito será proporcional ao sacrifício que para isso se impôs. Tanto pode aliviar a pobreza atual, matar a fome e propiciar asilo ao abandonado, como gerar trabalhos de toda espécie, ainda que dessa atividade resulte um legítimo ganho em favor dos que assim os empregam, e não os explorem com o intuito de ludibriar e levar vantagem, pois o trabalho desenvolve a inteligência e eleva a dignidade do homem, traduzido pelo dito popular de “ganhar o pão que o alimenta”. Isso tanto serve para ser aplicado no microcosmo de nosso lar como no macrocosmo da realidade que vamos encontrar nas ruas. A riqueza é representada pelos bens de que somos dotados ao encarnar, e ao não admitirmos ou não empregarmos adequadamente esses bens, estamos em falta com Deus, com o que Ele nos legou.
Por que Sarmento jamais acreditou em sua veia criativa e nela progrediu, embora seu alto coeficiente de inteligência fosse do conhecimento de todos e motivo de admiração? Será por conta de sua mãe em delírio ter lhe causado vergonha perante seus jovens amigos, decidindo por não abraçar seu problema e optando por não mais vê-la ao ter sido internada no sanatório? Recusando-se a prestar auxílio ao abandonado, escondeu que ali perdeu dignidade, o bem maior em sua escala de valores. Mentindo para si mesmo. Causando sérias avarias ao seu desenvolvimento espiritual. Por não ter querido passar a limpo seu passado, deixando o tempo fluir. Um dia tudo se resolveria. Por isso, Deus aguarda ao seu lado. Não existe relógio no Plano Espiritual justamente para que a consciência assome ao lugar que lhe compete e lhe é de direito. O corpo definha, mas o espírito não. O corpo irá morrer, mas ainda há tempo para o espírito se revigorar se Sarmento se conscientizar do mal que manteve encarcerado por décadas.

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Antonio Carlos Gaio
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