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CAPÍTULO XXV – PARÁBOLA DO ADULTÉRIO

Há que quebrar o sigilo de nossas questões existenciais, colocar para fora sentimentos mal resolvidos, que insistem em remanescer em nosso espírito. Não mais guardar mágoas para que isso tudo não venha a crescer e um dia nos soterrar, ou mesmo se transformar num espírito persecutório no encalço de nossos passos. Para que manter mais segredos intactos, se mistério é o que só há na vida? Por que lhes custa revelar? Medo de escandalizar devido à falsa moral? Ou por receio de não ser entendido e o pensamento levado para arrabaldes que nada têm a ver consigo? Se não abrir sua caixa-preta, incorrerá no pecado por pensamento ao subtrair de outrem a verdade que sua visão dos fatos lhe fornece. Seja para cometer o adultério propriamente dito ou enxertar-se na parábola do adultério, ao não trazer à tona a sua verdade particular e tudo o que lhe perturba, desconfia, receia, esconde, o mantém à distância, o que não mais crê, ou nunca creu, traindo a confiança dos que desejam ouvi-lo. Vê-lo abrir seu coração, até para que se encorajem. Formando um círculo vicioso do bem.

A vigésima quinta intervenção espiritual, em 22 de julho de 2016, se iniciou com cânticos para abrir caminho para os espíritos curadores e a leitura dos itens 5, 6 e 7 (“Pecado por pensamento. Adultério.”) do capítulo 8 (“Bem-aventurados os puros de coração”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
O que ficou gravado de rigor religioso, e que não combina com os tempos atuais de costumes liberados em franco progresso se digladiando com as perseguições à diversidade, é o homem olhar para uma mulher cobiçando-a, para já estar, em seu coração, cometendo adultério. O adultério não deve ser entendido no estrito senso que lhe é próprio, e se refere ao mau pensamento. Quando a verdadeira pureza não está apenas nos atos. Todo mau pensamento, configurado na traição a seus iguais, a que o adultério lhe empresta a intitulação, é resultado da imperfeição da alma. Mesmo que não produza nenhum efeito, pois trai a si próprio. Já que, se repelidas as más resoluções com energia, torna-se motivo de progresso para avançar na vida espiritual ao lograr o esclarecimento. Se não incorre nos piores gestos e nas más atitudes apenas pela falta de oportunidades favoráveis, é porque o adultério ainda o satisfaz.
Hipócrita e fanático o povo que honra em vão Jesus com os lábios, ensinando doutrinas e mandamentos que vêm dos homens, fazendo jus à dura sentença: “Toda planta que meu Pai não plantou será arrancada pela raiz. Deixai-os, são cegos e condutores de cegos, ambos virão a cair no abismo”.
Não é o que entra pela boca que faz imundo o homem, quando desce ao ventre e se lança na cloaca de nossos corpos. Mas sim o que sai da boca, aquilo que vem do coração e que torna o homem imundo por contaminado com os maus pensamentos como os homicídios, os desvios de dinheiro da coletividade, o estelionato, os falsos testemunhos, as blasfêmias, o vazamento seletivo de calúnias, e o mal ao próximo. A parábola do adultério.

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Antonio Carlos Gaio
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