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CONEXÃO TROTSKI E CHE GUEVARA

Trotski e Che Guevara desempenharam papel essencial à frente do comunismo na luta contra a classe dos proprietários e eram considerados como autênticos sucessores de Lênin e Fidel Castro.
Tanto no comunismo soviético quanto no cubano, estabeleceu-se uma disputa sobre os rumos que a Revolução Socialista deveria tomar, enquanto fenômeno internacional. Trotski defendia a doutrina da “revolução permanente”, o comunismo só triunfaria na União Soviética com a exportação da Revolução Comunista, isolada que estava do resto do mundo. Stalin sustentava a tese do “socialismo num só país”, o comunismo deveria vencer primeiro na Rússia. Se tentassem exportar, dariam o troco e a URSS desapareceria. Em 1927, o embate acabou, na disputa da tese, Trotski perdeu o Comissariado e a guerra, sendo expulso do Partido Comunista e deportado para a Turquia em 1929.
Che Guevara perdeu espaço ao entrar em conflito com a ideologia comunista atrelada à União Soviética, Cuba dependia economicamente do ouro de Moscou. Retirou-se em 1965 para propagar a utopia de uma sociedade sem classes em outros continentes, cujo rastilho já se espalhava em 60% do globo terrestre. Na África, converteu-se num subversor das ordens emanadas pelos russos, interessados em deter um confronto com os EUA de rachar o planeta.  
Trotski era incansável em apontar defeitos na burocracia do partido que cerceava a liberdade de seus membros e reprimia a crítica legítima. A burocracia decapitava todo espírito independente para ela mesma se preservar. Expropriados a antiga aristocracia, os banqueiros, os proprietários de terra, os donos de pequenos negócios, a caça às bruxas, no afã de eliminar contra-revolucionários, golpeou indiscriminada e arbitrariamente todos os componentes da sociedade soviética. Com a execução dos últimos oponentes bolcheviques, faltava Trotski, sentenciado à morte, à revelia, por complô armado do exterior para derrubar Stalin e a seu autoritarismo. Em 1940, foi assassinado no México, a golpes de martelo de alpinista na sua cabeça.
Tampouco Che Guevara teve sorte diferente, Fidel Castro lavou as mãos, deixou que seguisse seu destino e caísse nas garras da CIA e do exército boliviano, fato esse sonegado ao povo cubano. Hoje, Che é muito menos lembrado pela defesa de dogmas marxistas e no comando da luta armada e mais por ter dado sua vida por ideais, se sacrificado para morrer em total miserabilidade, cuja imagem que ganhou o mundo, nas mãos dos verdugos, foi associada a Jesus Cristo.
Em contraste escandaloso com a sociedade atual, pragmática e sem grandes convicções, tornou-se um mito que não pára de crescer. Onde existe um protesto, seja qual for, lá está a figura de Che, como se fosse um santo milagroso. Virou um personagem literário, obra de ficção, melhor do que Trotski, esquecido, até arrancado do álbum de figurinhas carimbadas dos que professam fé inabalável no comunismo em proletarizar a sociedade.

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Antonio Carlos Gaio
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