DETENHA SUA VOCAÇÃO PARA A CÓLERA

Na sua impaciência, o homem colérico pode se voltar contra tudo. Os acessos de demência passageira o igualam aos brutos e o fazem perder a razão. E. se num acesso de raiva, cometer um ato do qual se arrependerá para o resto de sua vida? Se soubesse que a exaltação não resolve nada e que só altera sua saúde e até mesmo compromete sua vida, constataria que ele pode ser sua primeira vítima.
Detenha-se no pensamento de que torna infelizes todos os que o rodeiam e até o admiram, se assim agir. Por se julgar mais do que é, a ponto de não suportar um comentário aparentemente inconsequente ou que até pode vir a rebaixá-lo, se irrita quando se sente atingido. Ou não seria orgulho ferido por uma opinião contrária que nada acrescenta a suas observações justas e bem colocadas, senão sábias, que o faz rejeitar com cólera?
Guardar raiva é como segurar um carvão em brasa com a intenção de atirá-lo em alguém; é você que se queima, assevera Buda. Nunca aja por impulso de uma raiva, pois ela poderá arrastá-lo a um suplício que se prolongará indefinidamente, se incorporado à sua encarnação. Deus criou todos os homens iguais para a dor, pequenos ou grandes, ignorantes ou esclarecidos, sofrendo pelas mesmas causas, a fim de que cada um julgue judiciosamente o mal que pode fazer. Ainda mais se souber que sua felicidade ou sua desgraça depende da sua vontade de fazer o bem, semeando na terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza.
Contudo, quanto mais deixarmos de lado a arrogância através da reafirmação de nossos pensamentos, tanto mais cresceremos fundamentados na humildade. A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira e já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos, repete Mahatma Gandhi, sem se cansar.
A vida é um mistério por ser desbravado.