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GRANDE BELEZA

A Grande Beleza

A Grande Beleza

A plateia assistiu ao filme de Paolo Sorrentino imersa num silêncio que beirava a veneração, antevendo uma obra-prima. Se não foi tanto, já é um dos melhores de 2013 com sua grande beleza no andamento e na qualidade da foto, que nos faz mergulhar na grandeza da arquitetura de Roma desde tempos remotos, principalmente quando passeia pelos interiores de palazzos em contato com quadros e esculturas. Nada a ver com plágio, se bebeu da fonte de Fellini para abordar a decadência da sociedade burguesa por conta de uma rica galeria de personagens em sintonia fina com Roma, que matam nossas saudades da marca Fellini. A desoladora realidade do teatrólogo, os flamingos, o dono da boate querendo casar sua filha strip-teaser, o desmonte demolidor de medíocre escritora que transitou para redatora de reality shows, a menina prodígio na pintura com borrões que prefere brincar com o pai não deixando, e outros inúmeros. É um filme para se ver de novo e passear pela vechia cittá. O filme é de grande beleza, mesmo porque o tema do indivíduo não conseguir se encaixar nesse mundo é eterno e está sujeito a diversas matizes de como apresentá-lo, ainda mais na busca frustrada pela grande beleza. O filme se inicia com uma festa monumental para celebrar aniversário num apartamento que dá vista para o Coliseu, cuja sequência dura cerca de vinte minutos e é uma das mais notáveis cenas de cinema já vistas. “A Grande  Beleza” nunca perde o humor, para expor um senso crítico cruel e implacável e se afirmar como cinema italiano na sua essência. É para ver de novo

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Antonio Carlos Gaio
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