A crítica tentou encaixar o filme do jovem diretor de apenas 32 anos, Damien Chazelle, como apenas um musical de caráter nostálgico a reproduzir “”Cantando na Chuva”, “Os guarda-chuvas de Cherbourg”, “Amor, sublime amor” e outros do gênero, que bem poderiam ser rotulados de água com açúcar ou superficial, e que abundavam nos anos 1950 e 1960. Todavia, o propósito de “La la land” é sério, como bem demonstra o final surpreendente, cujas sequências iniciais custaram a pegar, apesar do desempenho vibrante de Emma Stone, que nos embala com seus sonhos, ao contrário de Ryan Gosling, cujo low profile e timidez não justificam os elogios recebidos. O tema gira em se devemos nos concentrar na realização de nosso sonho, por mais impossível que possa transparecer, ou irmos nos acomodando ao que a realidade vai nos empurrando pouco a pouco. Ou por não termos o talento que pensamos, ou a aptidão necessária, ou mesmo termos nos enganado totalmente a respeito de nosso destino. E isso também serve para quem não deseja ser uma estrela do cinema e quer se encaixar em outra atividade menos glamourosa. Devemos optar pelo amor ou pela carreira profissional em tempos que a mulher acirradamente compete com o homem para desbancá-lo de seu posto outrora hegemônico? Se visto por esse ângulo, o filme fica bem melhor e instigante do que o musical, e o diretor Chazelle é cabeça.
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