Quando Mariana tinha 12 anos, sua professora de português lhe deu um dever de casa que iria mudar para sempre sua vida. Tia Lucy pediu que os alunos escrevessem sobre algo pelo qual esperavam. Mariana, então perdidamente apaixonada por um menino da turma A, escreveu um poema de amor. Como não era correspondida, tascou lá no último verso que lhe restava esperar pelo príncipe encantado. Dois anos depois, ela finalmente conseguiu beijar o carinha, mas odiou o episódio com todas as suas forças. Em seus sonhos e versos, ele era bem melhor! Mariana continuou fazendo poesia, cresceu, e, antes de amar de verdade, descobriu as delícias do sexo. Foi aí que se irritou com a hipocrisia e repressão alheia e começou a chorar no papel sua revolta. Ela não entendia a maneira estereotipada com que os jovens machos dividiam as mulheres: ou elas eram putas, ou santas. Hoje em dia, aos 34 anos, Mariana não tem dúvida: todas as mulheres são ao mesmo tempo santas e putas, só que uma grande parcela delas não tem consciência disso e, dentre aquelas que têm consciência, a maior parte não tem peito de admitir o fato. Ainda bem! Isso faz a poesia erótica de Mariana ser ainda mais especial.
Contato: mariana.vale74@gmail.com
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