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UMA FARSA O HOMEM DISCURSIVO

Um homem que semeou e germinou uma mulher para ela ser o que é hoje. É bem verdade que ela aceitou crescer sob sua influência. E assim ele adquiriu, ao se julgar dono de seu destino, o direito de decidir sobre qual o seu caminho a seguir. Ela pensou ser isso amor e devoção. Interesse por ela. Não! Foi interesse pelo partido que ele poderia tirar do futuro dela, pois vislumbrou seu talento de imediato. Pautado em muitos desperdiçarem seu dom ou sua capacidade à toa ou por não encontrar a pessoa certa no lugar certo. Não que ele não possua inteligência ou tino para negócio ou mesmo talento, mas muito menos do que o futuro reserva para ela. Porém, ele enxerga arte como ninguém; onde a grande maioria não vê. Se ele pudesse colocá-la a reboque, ambos ganhariam. A não ser que ela se descubra independente, não apenas para criar, e não precise mais dele para se realizar. Ela, contudo, não tem tempo nem apetite para pensar em por onde e como correr atrás do dinheiro. A arte se agiganta e sequestra suas outras vontades ou vocações. Mas ele encontra tempo pois tem menos talento. Afora o talento de trocá-la por outra mulher, sem o menor aviso prévio, e de quem iria também tirar proveito. Dessa vez o dinheiro, a fim de patrocinar e mais expor sua arte de fotógrafo e a arte de quem mais ele notar incomparável talento.
Todavia, a pintora Georgia O`Keeffe amava o fotógrafo Alfred Stieglitz, de verdade: um amor, somente um amor a cada encarnação. Enquanto ele detinha o espírito sujo de achar que o homem faz a mulher e só se deparar com fêmeas que o ratificam.
O que fazer? Ela não tem alternativa senão abandoná-lo, por ele só fazer negócio com mulher para se iludir imaginando que é Alexandre, o Grande, em matéria de visão e lucidez. No entanto, Georgia O`Keeffe nunca desacreditou de todo na farsa em que ele e seu discurso foram se tornando. O discurso de Alfred Stieglitz havia movido sua cabeça do Wisconsin para Nova York e prosseguiu abalando-a com inegáveis conhecimentos sobre a arte e a melhor maneira de se explorá-la e vendê-la no mundo capitalista, a ponto de ele escrever matérias e desenvolver reflexões sobre as tendências da arte, que os críticos assumiam como suas na decantada imprensa americana – criava mitos e verdades.
Alfred Stieglitz se foi desse mundo, mas Georgia O`Keeffe permaneceu entre nós por uma longa existência, dividida em fatias iguais de com ele e depois dele. Só e fiel ao que ele vendeu e ela comprou de quem pretendia ser uma sumidade e acabou esquecido.

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Antonio Carlos Gaio
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