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USTRA AGRADECERÁ A BOLSONARO NO INFERNO

O coronel Carlos Brilhante Ustra, o primeiro militar brasileiro a responder em processo sobre tortura durante a ditadura, só não está ardendo em chamas porque, com o avanço da tecnologia, o Inferno abandonou as trevas da Idade Média e evoluiu para o inferno de tomar consciência de tudo o que se fez em vida, e assim ele arcar com as consequências de sua manifesta e livre expressão de vontade como carrasco.

Foram 60 casos de mortes e desaparecimentos em São Paulo apurados no Dossiê Ditadura da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos (essa mesma que Bolsonaro acabou de recompor com amantes da ditadura e das execuções) ou 500 casos levantados pela Arquidiocese de São Paulo por meio do grupo Tortura Nunca Mais, nas dependências do Exército no DOI-Codi, sob a gestão do comandante assassino de 1970 a 1974.

Bolsonaro reconhece em Ustra um herói nacional pois que “evitou que o Brasil caísse naquilo que a esquerda hoje em dia quer”. Foi assim no impeachment de Dilma e agora perante a viúva de Ustra em pleno Palácio do Planalto. Bolsonaro confessa que, se não dissesse barbaridades, não teria alcançado essa fama, como a do golpe de 64, no qual dever-se-ia ter matado mais gente ao invés de perder tempo torturando. Tornando a população brasileira cúmplice de suas ideias ao assinar em cruz em sua bandeira de mito, acreditando que a execução sumária limparia o Brasil de bandidos.

Devido a esse elevado grau de reconhecimento e honras militares ao herói e companheiro Ustra, Bolsonaro não poderá voltar atrás quando lá chegar, como costuma fazer aqui. Nem adianta mentir como tanto abusa. Lá os pastores serão de pouca valia, cuja fama já é do sobejo conhecimento da comunidade.

O que restará? Chorar procurando demonstrar arrependimento? Renegando toda sua obra negativista? Que não foi essa sua intenção? O amor extremado pelos filhos levou-o a perder a cabeça? Que quis fazer o bem com o laranjal?

E quanto aos milicianos, terá coragem de abjurá-los? Muito justo Bolsonaro ir fazer companhia a Ustra, quando chegar sua hora. Mas não tem pressa. Primeiro, aproveite que é presidente do Brasil, conforme alardeia e intimida seus opositores. Divirta-se no seu exercício absolutista. Cada dia a que tem direito. Pois quando entrar em contato com o inferno que é a sua consciência, povoada de tantas tramoias, artimanhas e golpes, cairá de joelhos e implorará para não voltar tão cedo. Pois o que o espera é um índio, um transsexual, um metalúrgico nordestino, um eleitor seu iludido com sua mente. Numa mulher já seria prêmio.

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Antonio Carlos Gaio
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