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A DOR ENCRAVADA NA ALMA SUSCITA AMOR

Por mais que saibamos que um grande número de pessoas vive burocraticamente, sem quase arriscar, como se tivesse medo de atrair alguma coisa ruim ao pôr a cara pra fora, ninguém passa pela vida como uma folha em branco, sem nada escrito, ou mesmo com garranchos. Tudo vai sendo registrado na alma, mesclando o que foi com o que deixou de ser, embolando grandes expectativas com enormes decepções. As páginas viradas trazem as cicatrizes do tempo que passou, o que nos obriga a mais prudência nas relações. Diferente de quando somos jovens, quando o amor que nos consome é indicativo de eterna esperança. Mas as experiências se acumulam com os anos e movem o pé para trás em função da memória de fatos que nos fizeram mal. Se na juventude desbravamos o desconhecido com a cara e a coragem, queimadas algumas etapas, aprendemos a caminhar lentamente, tentando identificar os riscos e buscar garantias. 
Só que a vida não nos abandona e as oportunidades continuam a surgir. As feridas se reabrem por tornarmos a fechar os olhos e encurtar a nossa visão. Por querermos sonhar de novo e cairmos mais uma vez, parecendo tolos, ingênuos e despreparados aos olhos dos outros, optamos por fechar as portas do coração, examinando pela fresta o que aconteceria se tivéssemos tentado em diversas chances que não findam. 
A culpa é do ser humano, por não sermos iguais, embora tão parecidos! 
Queremos sempre o amor, mas nunca a dor que dele resulta. Queremos saborear o mel do amor, rejubilar com a alegria do amor e sentir até a saudade, que pode perturbar o coração, mas a dor, não! Desconhecendo que o desfrute da alegria de amar pode depender de superar a dor encravada na alma.
Se amar é tocar o céu e ter a terra aos seus pés, elevando-o a um ponto sublime e incomparável, não é nenhum absurdo que um dia ventos traiçoeiros levem esse amor para bem longe. Porém, deixou gravado em sua alma o néctar que soube extrair das flores, a poesia inspirada nesse amor e uma longa viagem marcada por lembranças que carregamos e que sustentam nossa existência. 
Não é o fim, por mais que não aceitemos. Senão, a dor permanece encravada na alma.

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Antonio Carlos Gaio
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